qui, 16 de janeiro de 2025

Veterinária explica como a mudança de rotina pode afetar os pets durante a quarentena

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Como os donos estão ficando o tempo todo em casa, os bichinhos podem criar uma dependência maior deles.

A rotina de todos os brasileiros mudou devido à pandemia da Covid-19. Com isso, muitos trabalhadores precisaram se isolar nas casas para evitar a proliferação do vírus. Mas, além dos seres humanos, os animais também foram diretamente afetados pelas mudanças.

Por isso, o G1 conversou com a médica veterinária de Sorocaba/SP Alessandra Castro para saber como o período da quarentena mudou a vida dos bichinhos. Confira:

Maior dependência

A veterinária explica que, com o isolamento, alguns tutores mudaram a rotina dos pets, que antes passavam a maior parte do tempo sozinhos. Com o “novo normal”, os animais podem criar uma dependência maior dos donos.

“Hoje, os donos passam o dia inteiro em casa e isso cria uma dependência maior. Como consequência, cães e gatos estão ganhando peso, porque diminuíram passeios e, vendo o tutor comendo, também querem comer e comem mais do que deveriam”, comenta.

Além disso, segundo Alessandra, os atendimentos veterinários aumentaram durante a pandemia de coronavírus. “O contato mais intenso na casa, diário, faz com que o tutor observe melhor. Ele percebe algo e traz na clínica, observa melhor a dentição…aumentaram um pouco mais os cuidados.”

Com isso, a veterinária afirma que é necessário tentar manter a rotina alimentar dos pets da maneira como acontecia antes. “Me refiro a quantidade e frequência, sendo inevitável resistir às carinhas pedindo algo para comer. Uma opção é oferecer frutas e legumes como petisco”, diz.

Problemas psicológicos

Os animais também podem desenvolver problemas psicológicos devido à situação do isolamento dentro das casas, como afirma a veterinária.

“Alguns, por saírem menos ou até não saírem, estão ficando mais irritados, agressivos e ansiosos. Cães chegam até a desenvolver transtornos psicológicos, choros frequentes, uivos, tristeza e lambeduras psicogênicas”, ressalta.

Nestes casos, o tratamento varia de situação para situação. “Dependendo do tipo de depressão, a gente usa medicação controlada, mas não pode sair medicando os animais. Um uso indevido, uma dose a mais fazem toda a diferença.”

Alessandra reforça que os donos de pets podem ajudar a melhorar as condições dos animais durante o período de isolamento tendo uma maior interação com os bichinhos.

“Comprar brinquedos novos, interagir com eles, passeio é de fundamental importância para a sanidade mental dos cães. Eu aconselho, se for sair, a tomar alguns cuidados, como lavar as mãos antes de colocar coleira e guia e escolher trajetos curtos, de pouca circulação de pessoas”, diz.

“Ao retornar para casa, ter na porta de entrada opções como lencinhos umedecidos e sabonete líquido já diluído com um pouco de água para borrifar nas patas. Outra boa opção é banho a seco também, aplicar em todo o corpo”, continua.

Novo lar

A sub gerente de um pet shop da cidade, Cristina de Freitas, afirmou também que muitos animais, como aves, coelhos, porquinhos da Índia e hamsters, ganharam um novo lar durante a quarentena.

“Aumentou e muito a procura desses bichinhos, principalmente roedores e calopsita adestrada. Percebemos que aumentou a procura por um companheiro durante o isolamento social, até mesmo por pessoas que relatam a ajuda do animalzinho no tratamento da depressão nesse período”, explica.

“Os animais são grandes companheiros, mas também uma grande responsabilidade. Precisam de amor e carinho”, ressalta.

Por isso, Cristina reforça que é necessário tomar os devido cuidados e pensar bem antes de levar um animalzinho para casa.

“Os cuidados são aqueles básicos, como alimentação, higienização, muito amor e carinho. O que deve ser feito com cautela agora nesse período de pandemia são os passeios ao ar livre e banhos de sol”, diz.

“Pedimos sempre para que compre ou adote com consciência. Também é válido lembrar de sempre higienizar as mãos ao brincar com os animais e limpar urina e fezes”, completa.

FONTE: Informações | g1.globo.com