Tarcísio e Haddad disputam segundo turno em São Paulo

Clima entre candidato do Republicanos e petista foi amigável durante a campanha, mas agora ataques devem se intensificar reproduzindo disputa nacional das eleições de 2022

A eleição ao governo de São Paulo refletiu a polarização nacional e confirmou a tendência apontada pelas pesquisas de opinião. O ex-ministro do governo Bolsonaro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-prefeito da capital paulista Fernando Haddad (PT) disputarão o segundo turno no próximo dia 30.

Com 92% dos votos apurados, Tarcísio de Freitas alcançou 45,2% da preferência dos eleitores de São Paulo, contra 35,4% de Fernando Haddad.

Se o clima entre ambos foi quase amigável ao longo dos últimos 30 dias, agora a situação muda. Nas próximas semanas, as campanhas devem intensificar os ataques entre os nomes de Lula (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Durante o primeiro turno, Haddad e Tarcísio estavam empenhados em tirar o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), da disputa. Pelo peso da máquina e a cadeira ocupada, Haddad considerava Garcia um adversário mais difícil de ser batido. Tarcísio, por sua vez, brigava com o tucano na mesma raia.

Eleições em São Paulo

 

Estrategistas políticos avaliam que Haddad está em vantagem, por ter recall e ser mais conhecido da população. Porém, apesar de ter Lula como principal alavanca de sua campanha, a história e características pessoais de Haddad impedem que ocorra uma transferência total de votos do ex-presidente para seu candidato na corrida paulista, argumentam aliados.

Mesmo assim, Haddad liderou as pesquisas de intenção de voto durante todo o primeiro turno. Ele teve papel central na construção que levou o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para a chapa de Lula. Isso ajudou a tirar do seu caminho o ex-tucano, que era líder das pesquisas antes do início efetivo da campanha e que poderia ser um candidato difícil de vencer depois de ter governado São Paulo por três mandatos.

Coube a Lula convencer Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB) a também abandonarem a disputa em favor de Haddad.

Do outro lado, tratado como “forasteiro” por ser carioca, Tarcísio de Freitas ainda enfrenta o desconhecimento entre o eleitorado. Seu crescimento nas pesquisas está diretamente relacionado à transferência de votos do presidente Jair Bolsonaro (PL), que o escolheu para representá-lo na disputa estadual.

Ele chegou a passar constrangimento por não saber o seu local de votação durante uma entrevista, mas procurou compensar as críticas ao decorar os problemas dos principais bairros da capital paulista.

Tarcísio começou a campanha com acenos ao centro e procurou se mostrar mais moderado que Bolsonaro. No entanto, ao perceber o acirramento da disputa com Garcia, o ex-ministro adotou a retórica ideológica do bolsonarismo. O movimento coincidiu com seu crescimento nas pesquisas e, segundo aliados, foi o principal motivo de sua chegada ao segundo turno.

Já Garcia, embora seja o atual governador do estado, assumiu o cargo apenas após a renúncia do ex-mandatário João Doria, em março, para disputar a Presidência pelo PSDB. No entanto, após embates com alas internas da sigla, mesmo tendo sido escolhido como candidato oficial da legenda, Doria desistiu da candidatura.

fonte: O GLOBO

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