SP tem 21 ataques diários de aranha, incluindo as mais letais do mundo

As três espécies mais perigosas de aranhas do mundo podem ser encontradas no estado de São Paulo, onde, somente neste ano, foram registrados 3.364 acidentes com aracnídeos.

A peçonha dos animais pode provocar necrose da pele, amputação de membros, como ocorreu com um garçom no litoral paulista, no início deste ano, e até a morte.

Os casos fatais mais recentes foram registrados pelo governo paulista no ano passado, quando duas pessoas morreram em decorrência de acidentes com aracnídeos.

Considerando os 3.364 casos divulgados pelo do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), do governo estadual paulista, entre 1º de janeiro, até 4 de junho, é como se 21 pessoas fossem picadas diariamente.

De 1988, quando se iniciou a série histórica de acidentes com aracnídeos em São Paulo, até junho deste ano, foram registradas 22 mortes decorrentes das picadas.

Entre 2022 e 2023 também houve um aumento significativo na quantidade de acidentes envolvendo aranhas no estado. Foram, respectivamente, 5.532 e 9.201, representando aumento de 66,3%.

As aranhas mais venenosas
As três mais perigosas à saúde humana podem ser encontradas em São Paulo. São elas: a aranha armadeira, a aranha marrom e a viúva-negra.

Dos 73 acidentes registrados pelo CVE na Baixada Santista neste ano, por exemplo, 22 foram com aranhas marrons, quatro com armadeiras e um com viúva negra. Os casos restantes envolveram outras espécies de aracnídeos.

Apesar do risco à saúde, as aranhas marrom e viúva negra não são agressivas, conforme explica o Ministério da Saúde.

Ambas picam as vítimas quando são comprimida contra o corpo, como dentro de calçados, ou de peças de vestuário, os quais usam como esconderijo, por exemplo.

Já a armadeira é agressiva e conta com essa nome justamente por armar-se, usando as patas traseiras para saltar, até 40 centímetros, em direção ao alvo, quando se considera em situação de risco.

Dedo amputado
O garçom Wilker Guimarães, de 31 anos, precisou amputar o dedo indicador esquerdo após ser picado por uma aranha marrom, quando a vítima dormia, em 28 de dezembro do ano passado.

Ele denunciou na ocasião negligência do sistema de saúde municipal da Praia Grande, onde o soro específico para este tipo de peçonha foi administrado somente no dia seguinte, quando o dedo da vítima há havia necrosado.

Antes disso, ele foi duas vezes ao hospital, quando médicos diferentes administraram antialérgico, antibiótico, anti-inflamatório e até calmante ao garçom, mesmo com a informação de que ele havia sido picado por uma aranha marrom.

A Prefeitura da Praia Grande afirmou, na ocasião, que iria apurar o caso.

Dicas para evitar acidentes
Manter jardins e quintais limpos. Evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico, material de construção nas proximidades das casas
Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas. Manter a grama aparada
Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos, numa faixa de um a dois metros junto das casas
Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los, pois as aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo
Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres
Usar calçados e luvas de raspas de couro pode evitar acidentes
Vedar soleiras das portas e janelas ao escurecer, pois muitos desses animais têm hábitos noturnos
Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes, consertar rodapés despregados, colocar saquinhos de areia nas portas e telas nas janelas
Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques
Combater a proliferação de insetos para evitar o aparecimento dos aracnídeos que deles se alimentam
Afastar as camas e berços das paredes. Evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão. Inspecionar sapatos e tênis antes de calçá-los

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