Pacientes com a doença passam por testes de sensibilidade nos pés, com objetivo de prevenir lesões
Você sabia que os pacientes diabéticos precisam dar atenção especial aos seus pés? Problemas nas pernas e pés são comuns por causa da sensibilidade diminuída na região e pedem cuidados permanentes. Pequenas feridas podem evoluir e, se não tratadas adequadamente, podem levar à necessidade da amputação do membro.
Com o objetivo de atender os pacientes, retardando o desenvolvimento de enfermidades já instaladas e minimizando suas complicações, o SanSaúde implementou o projeto de acolhimento diabético.
O plano de saúde faz o rastreamento qualificado dos usuários com diabetes do tipo 1 e 2. Além de consultas, as enfermeiras da operadora, Sandra Baracat e Luana Prates realizam teste de sensibilidade nos pés. Em casos de alteração, o paciente é encaminhado para o médico de Família e Comunidade, Dr. Ernesto Hoffmann.
Dr. Ernesto explicou sobre a síndrome do pé diabético, caracterizada pela presença de úlcera (ferida), decorrente da neuropatia (mau funcionamento dos nervos), podendo estar associada à infecção, diferentes graus de isquemia (redução do fluxo sanguíneo no local) e destruição de tecidos profundos. “O paciente portador de diabetes é mais vulnerável ao surgimento de feridas por ter menos sensibilidade no local, o que contribui para que traumas e cortes não sejam notados imediatamente. O tratamento inadequado da ferida, a falta de controle da glicemia, aliados à diminuição da irrigação sanguínea do local e a predisposição a infecções contribuem para que o quadro se agrave levando muitas vezes à amputação”, disse. As úlceras costumam atingir 15% dos diabéticos.
O método realizado pelas enfermeiras consiste na avaliação com o monofilamento de Semmes-Weinstein. O teste pressiona algumas áreas da superfície do pé com a ponta do fio de nylon para avaliar a sensibilidade. “A incapacidade de sentir a pressão necessária para curvar o monofilamento de 10g é compatível com comprometimento da sensibilidade local à pressão ou sensibilidade protetora”, explicou Sandra.
“Aqueles que necessitam de maior cuidado são chamados para reavaliações a cada quatro meses; outros de seis em seis meses; e com menor necessidade anualmente. Mas, nada impede de, antes deste período, estes pacientes voltem para consultas caso estejam doentes ou sentindo algo”, ressaltou Luana.
Para a gestora do plano, Luana Romano, o acompanhamento deste público visa o fortalecimento do vínculo entre profissional e beneficiários; a promoção da qualidade de vida; a diminuição e prevenção de complicações de lesões; e a redução de internações.
Todos os usuários diabéticos do SanSaúde estão convidados a participar. “Entramos em contato com todos para conhecer o projeto. Também aplicamos um questionário com o objetivo de saber mais o paciente e seus problemas de saúde a fim de ofertar um cuidado mais direcionado. Aqueles que quiserem aderir, podem entrar em contato conosco pelo telefone 3426-3000”, afirmou a gestora.
Tratamento
O tratamento do pé diabético deve ser feito com a orientação de um médico, que irá definir o método em função do tipo e da gravidade da lesão. Pode envolver o uso de antibióticos, pomadas, curativos e, em casos mais graves, cirurgias. O grau de gravidade é determinado pela dificuldade na cicatrização
Além de fazer o tratamento adequado, o diabético deve tomar alguns cuidados:
– Cortar as unhas dos pés;
– Escolher sapatos confortáveis (evitar sapatos com pontas finas e apertados);
– Manter os pés sempre aquecidos;
– Evitar andar descalço e não retirar calos ou cutículas.
Como prevenir um pé diabético?
Dr. Ernesto frisou que pequenos cuidados de higiene diários previnem a formação de ulcerações, são eles:
– Lavar os pés diariamente com água morna e sabonete neutro, secando-os bem com uma toalha macia antes de vestir meias ou sapatos. Não esqueça de secar entre os dedos!
– Mantenha os pés sempre hidratados;
– Monitore a glicemia, porque os níveis altos fazem o sangue ter mais dificuldade de chegar às extremidades do corpo, inclusive os pés;
– Mantenha o peso ideal;
– Tenha uma rotina diária de exercícios para as pernas como elevações, fortalecimento da panturrilha e caminhadas.