Milena Ferreira Ferrareis do Carmo deu detalhes sobre prevenção, avaliação, reabilitação de distúrbios de voz e audição.
É inevitável: com o avanço da idade, os cabelos mudam de cor, a pele enruga e as atividades do dia a dia, que antes pareciam simples, começam ficar mais difíceis e limitadas. Mas o processo de envelhecimento não se restringe apenas a esses aspectos visíveis e fáceis de identificar.
Ele também afeta funções vitais e, na maioria das vezes, pouco perceptíveis do corpo humano, podendo provocar distúrbios que acabam por repercutir na comunicação e na produção da linguagem do indivíduo.
A reabilitação é um item indispensável para atender a demanda dos idosos e tem como objetivo, otimizar a capacidade funcional e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Pensando no envelhecimento humano, o SanSaúde conversou com a fonoaudióloga Milena Ferreira Ferrareis do Carmo para falar sobre prevenção, avalição, habilitação/reabilitação dos distúrbios relacionados à audição e equilíbrio, fala, linguagem, deglutição, motricidade oral e voz.
Milena destacou que a linguagem é basicamente um dos aspectos fundamentais da vida do indivíduo, por ser o modo como expressa as suas experiências, ideias, pensamentos e sentimentos. “Dentre os distúrbios de linguagem constam as afasias, que são patologias adquiridas decorrentes dos AVC (Acidente Vascular Celebral) modificando o conteúdo, forma e o uso da linguagem e de seus processos cognitivos subjacentes, tais como percepção e memória. O trabalho do fonoaudiólogo permite uma melhora da sua comunicação e da sua qualidade de vida, bem como facilita a socialização e a reinserção ocupacional, o fortalecimento da autoconfiança do idoso”, disse.
A profissional contou que o envelhecimento Vocal natural é denominado como presbifonia. “É decorrente de alterações anatomofisiológicas que acontecem nas pregas vocais e em estruturas vinculadas a produção da voz. Os seus efeitos podem ser amenizados com a terapia fonoaudiológica e a reabilitação da vocal”, afirmou.
O envelhecimento do aparelho auditivo é chamado de presbiacusia. “É uma das alterações auditivas mais prejudiciais que interferem na capacidade de comunicação do idoso. A terapia fonoaudiológica auxilia na reabilitação auditiva, objetivando o desenvolvimento das habilidades da audição, por meio de treinos de discriminação, detecção, compreensão e reconhecimento de estímulos sonoros, com ou sem o auxílio de aparelho auditivos que amplificam os sons”, complementou.
Disfagia
Uma das patologias comuns é a disfagia (dificuldade em engolir o alimento). “As causas mais comuns são os problemas neurológicos como AVC, traumatismo cranioencefálico (TCE), Parkinson, Mal de Alzheimer, distrofia muscular, esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral, entre outros. A fonoaudiologia ajuda o idoso a melhorar a deglutição, a mastigação e a respiração, reduzindo a frequência de engasgos. Para tanto, são aplicados exercícios”, destacou.