qui, 16 de janeiro de 2025

Saiba como funciona o saque-aniversário do FGTS

2

Bancos criam modalidade de empréstimo em que o trabalhador pode fazer o resgate de parte do dinheiro do FGTS, mas opção é indicada só em emergências

Criado em 2020, o saque-aniversário do FGTS é uma medida que permite ao trabalhador resgatar parte do dinheiro do Fundo sem que, necessariamente, tenha sido demitido. Só que esse saque só pode ser feito uma vez ao ano. Por conta disso, os principais bancos do País criaram a possibilidade de fazer a antecipação desse valor.

Desde que o saque-aniversário foi lançado no País, em 2020, foi utilizado por mais de 20 milhões de trabalhadores, gerando um movimento de mais de R$ 30 bilhões na economia desde então.

Quem faz um empréstimo fica sujeita a juros. Na modalidade de antecipação, a taxa de juros ao mês varia entre os bancos, mas vai de 1,39% a 2,04%. O número de saques antecipados também varia dependendo das condições do banco. Então, se o trabalhador tiver direito a 10 saques de R$ 1 mil, terá o direito de antecipar R$ 10 mil. Porém, chegará a pagar mais de R$ 230 de juros por ano.

Em muitos bancos, se houver saldo partir de R$ 200, o trabalhador já pode antecipar o saque. Os valores são descontados diretamente na conta do FGTS. “O banco tem como função vender crédito e busca oportunidades para atender essa ansiedade da população. É importante orientar a população porque o governo já favorece este saque, que antes era apenas quando o trabalhador era mandado embora”, afirma o consultor financeiro João Elias Martins.

Por mais que pareça tentador, o consultor recomenda essa antecipação em caso de extrema urgência. “Só vale a pena a antecipação se o trabalhador realmente estiver endividado, numa emergência ou com um gasto imprevisto e fora do normal. Então, no lugar de fazer um empréstimo pessoal, com juros de 7, 8% ao mês, a pessoa faz a antecipação do saque”, explica.

O consultor afirma que, mesmo as taxas sendo menores que outros tipos de empréstimo, como o pessoal, ainda são altas. Muito porque não há risco de o trabalhador não pagar o empréstimo ao banco, já que está atrelado ao saque-aniversário. “Outra situação em que vale a pena é se estiver devendo uma conta com juros maiores, como cartão de crédito.”

O especialista recomenda que esse empréstimo não seja feito para a compra de bens de consumo, como um eletrodoméstico, um celular ou uma televisão, por exemplo. “Nessa previsibilidade de liberação de dinheiro, o banco criou esse empréstimo condicionado a receber quando liberar o saque-aniversário. Se olhar bem, a pessoa vai pagar juros de um dinheiro que é dela e que, uma hora ou outra, vai ser liberado para uso”, diz.

Na contratação do serviço, os bancos pedem que o trabalhador libere a instituição para fazer a consulta do saldo do FGTS. “A taxa de juros não vai ser baixa porque não deixa de ser um empréstimo pessoal, sem risco de calote ainda para o banco. O trabalhador estará pagando por uma ansiedade de um dinheiro que vai ser liberado para ele”, diz.

Como funciona o saque-aniversário

Essa modalidade foi uma maneira que o governo encontrou para que o trabalhador tenha acesso ao valor do Fundo, ainda mais em um momento delicado na economia. Assim, foi flexibilizado o acesso aos recursospelos trabalhadores, mesmo com ele empregado

O saque-aniversário não é obrigatório. Quem quiser fazer a retirada precisa solicitar à Caixa. A data limite é o último dia do mês de aniversário de cada trabalhador.

Quem optar pelo saque não poderá mais retirar o saldo total da conta em caso de demissão sem justa causa. O único valor que irá retirar é a multa de 40%, além de outros benefícios

A única maneira de fazer o saque-rescisão será dois anos depois de desistir do saque-aniversário

Para solicitar esse serviço, a pessoa precisa ser maior de 18 anos ou emancipado, aderir ao saque-aniversário e autorizar o banco a consultar o seu saldo

Antecipação do saque-aniversário

Caixa

  • Taxas de juros: 1,79% ao mês
  • Condição de pagamento: Ter saldo suficiente
  • Quantidade de parcelas: 5 parcelas (saques)
  • Quem pode pegar: Ser maior de 18 anos e ter conta no FGTS
  • Valor: R$ 500 a acima de R$ 20 mil

Banco do Brasil

  • Taxas de juros: 1,39% ao mês
  • Condição de pagamento: Ter saldo suficiente no FGTS.
  • Quantidade de parcelas: 7 parcelas (saques)
  • Quem pode pegar: Ser maior de 18 anos e ter conta no FGTS
  • Valor: a partir de R$ 400

Santander

  • Taxas de juros: 1,89% ao mês
  • Condição de pagamento: Ter saldo suficiente no FGTS
  • Quantidade de parcelas: 1 parcela (saque)
  • Quem pode pegar: Ser maior de 18 anos e ter conta no FGTS.
  • Valor: a partir de R$ 300

Itaú

  • Taxas de juros: 2,04% ao mês
  • Condição de pagamento: Ter saldo suficiente no FGTS
  • Quantidade de parcelas: 7 parcelas (saques)
  • Quem pode pegar: Ser maior de 18 anos e ter conta no FGTS
  • Valor: a partir de R$ 200

Bradesco: não trabalha com essa modalidade

Marcos Lavezo – diarioweb.com.br