qua, 15 de janeiro de 2025

Risco-país brasileiro vai ao menor patamar desde 2010

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Por volta das 14h25, o spread do CDS de cinco anos do Brasil operava a 98,2591 pontos, menor valor desde 8 de novembro de 2010.

O spread do contrato de Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, uma medida de risco-país bastante acompanhada pelos analistas de mercado, caiu abaixo dos 100 pontos e opera em baixa nesta segunda-feira (16).

Por volta das 14h25, o spread operava a 98,2591 pontos. Em relação aos valores de fechamento, este é o menor desde os 96,9 pontos registrados em 8 de novembro de 2010. Na sexta-feira, o spread do contrato já havia caído para 100 pontos, o menor patamar desde setembro de 2012.

A tendência segue o movimento de outros países emergentes nestas últimas semanas e veio acompanhada, na última quarta-feira, da revisão da perspectiva do rating BB – pela agência de classificação de risco S&P. A mudança da perspectiva implica a possibilidade de uma elevação da nota de crédito em até dois anos.

Embora preveja que a relação dívida/PIB do país deva continuar a crescer nos próximos três anos, a agência citou a perspectiva de melhora da posição fiscal do país, após a aprovação da reforma da Previdência e com a perspectiva de continuidade da agenda fiscal em 2020, embora o risco de reveses continue material.

O CDS funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores em relação a economias, especialmente as emergentes. Se o indicador sobe, é um sinal de que os investidores temem o futuro financeiro do país. Se ele cai, o recado é o inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país saldar suas dívidas.

Em 2010, o Brasil tinha o selo de bom pagador concedido pelas agências de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P), Fitch e Moody’s, outra chancela acompanhada por investidores internacionais ao decidir aplicações em países emergentes, considerados mais arriscados.

Trégua entre China e EUA ajuda

Segundo alguns analistas, o movimento desta segunda também é fruto de um viés mais otimista no exterior. Na última sexta, China e Estados Unidos anunciaram que chegaram a um entendimento a respeito da fase 1 do acordo comercial para cessar a disputa econômica entre os países que já dura quase dois anos.

Os detalhes ainda não foram divulgados, mas a primeira etapa do acordo envolve o aumento da compra produtos agrícolas americanos por parte da China e redução, por parte dos Estados Unidos, das tarifas sobre importações chinesas.

Para se somar ao cenário positivo, números da economia chinesa vieram melhores que o esperado nesta segunda. Segundo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), as vendas do varejo no país cresceram 8% em novembro em relação ao mesmo mês de 2018, acima da expectativa do mercado. Em outubro, o crescimento foi de 7,2%. A produção industrial também acelerou e teve alta de 6,2% em novembro com relação a 2018, ante 4,% em outubro.

“Em geral, as leituras de novembro são recebidas de bom grado por investidores, mas acreditamos que ainda é cedo para definir um movimento de recuperação sustentável da economia chinesa, uma vez que, como foi o caso em setembro, já tivemos diversos meses com crescimento isolado”, diz relatório da Guide Investimentos.

O que é o risco-país

O risco-país funciona como um termômetro informal da confiança dos investidores globais em relação a economias, especialmente as emergentes. O “termômetro” mais usado hoje é o CDS, instrumento financeiro que indica o risco de calote de um país.

Se o indicador sobe muito, é um sinal de que os investidores temem o futuro financeiro do país e desconfiam que ele não vai saldar os pagamentos regulares de sua dívida. Se o indicador cair, o recado é o inverso: sinaliza aumento da confiança em relação à capacidade de o país saldar suas dívidas.

Indiretamente, o risco-país também aponta expectativas em relação aos demais indicadores da economia, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

FONTE: Informações | valor.globo.com