Eliéser Mendonça morreu aos 50 anos em decorrência da ELA, mesma doença rara com a qual a promoter Alicinha Cavalcanti foi diagnosticada em 2017
Após a morte da promoter Alicinha Cavalcanti, aos 58 anos, que tinha sido diagnosticada com ELA ou Esclerose Lateral Amiotrófica em 2017, levantou a atenção sobre a doença, os sintomas e as causas. A ELA é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenerativa e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. Assim como Alicinha, o rio-pretense Eliéser Fernando de Mendonça também foi diagnosticado com a doença. Após quatro anos de luta, ele morreu no sábado, 31, aos 50 anos.
O irmão Edilson Mendonça, conta que as reações da doença começaram em Eliéser em abril de 2017, mas só no dia 13 de julho os exames apontaram que era ELA. Segundo ele, a doença era totalmente desconhecida pela família e amigos. Mendonça conta que o irmão começou a sentir muito “formigamento” nas mãos e percebeu que alguns reflexos motores estavam comprometidos, inclusive a salivação forte. “No início até imaginou que era estresse, AVC ou enfarto, mas ao conversar com minha irmã sobre o que estava passando ela indicou para nossa felicidade um neurologista rio-pretense com bastante conhecimento e estudo da doença”, conta Mendonça.
Ele ressalta que Eliéser se tornou um estudioso no assunto, sempre buscando informações no grupo da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela). Segundo a Associação, a E.L.A. não tem cura, “porém há uma série de medicamentos e tratamentos paliativos para ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes e a retardar a evolução da doença”.
Mendonça ressalta que os familiares criaram um quadro branco com letras do alfabetos e principais palavras de uso do seu vocabulário, adaptado com uma lanterna nos óculos que Eliéser conseguia se comunicar de maneira rápida como se fosse um teclado de computador. “Os familiares fizeram adaptação em duas salas da casa, como uma “mini clínica”, buscando todo conforto até os últimos momentos de vida, pois nunca foi internado e se despediu nos braços da sua irmã”, conta Mendonça.
Eliéser era divorciado e deixou dois filhos. O irmão conta que ele foi incansável na dedicação solidária em prol à doutrina espírita, atuante desde de promover bazares, jantares e leilões em prol aos menos favorecidos em Rio Preto. “(O maior legado que ele deixa é) Solidariedade, humildade e humor. Lutou todos os dias. Costumava dizer que a doença era um reloginho que cada dia ele morria aos poucos. Dores terríveis. Nunca foi internado”, finaliza.
Arthur Pazin e Luna Kfouri – diarioweb.com.br