Recém-nascida começa a respirar sozinha após ser encorajada pelo pai

O momento leva a equipe médica às lagrimas – e milhares de internautas também

O vídeo de um parto natural realizado no último sábado, 5, no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto, está emocionando milhares de pessoas. Nas imagens, produzidas pela fotógrafa de nascimentos Júlia Vanegas, uma bebê recém-nascida assume a função respiratória após ser encorajada pelo pai, Eduardo Goes. “Vamos, meu amor. Vamos embora pra casa”, diz o homem, às lagrimas.

Logo em seguida a filha responde com um choro alto, um indicativo de que reconheceu a voz do pai e está respirando bem.

De acordo com o obstetra Paulo Fasanelli, que acompanhou toda a gestação, a paciente Carol Camara teve uma indução de parto por restrição de crescimento intrauterino. “São bebês que não atingem a capacidade genética. Normalmente isso é relacionado com algum grau de insuficiência placentária. Esse bebê tem uma diminuição do aporte de macronutrientes e deixa de crescer, então há indicação de indução a partir de 37 semanas”, diz.

O médico explica que bebês com restrição de crescimento geralmente precisam de ajuda nos primeiros minutos de vida para assumir a função respiratória. Logo após o nascimento, a pediatra Fabiana Gerbasi iniciou as manobras de reanimação neonatal

e estabilizou a pequena Maria Eduarda. “A pediatra teve uma sensibilidade, além da excelência na conduta médica em ter

socorrido a bebê, mas ela não afastou os pais, permitiu que o pai permanecesse ao lado, falando e tocando na bebê, e tudo de forma gentil. Porque tem muito profissional que em situações de emergência como essa, afasta os pais. Achei um diferencial nela, manteve a calma no caos”, afirma a fotógrafa Júlia, que acompanhou o atendimento.

Diante da forte emoção dos pais, a bebê é estabilizada em um pequeno leito. Logo em seguida, a equipe médica incentiva o pai a falar com a filha. Ele se aproxima de Maria Eduarda e convida ela à vida. Ao ouvir o choro da criança, todos vão às lágrimas. Nunca senti nada igual na minha vida, nossa ligação não tem explicação. Só gratidão a Deus”, escreveu o pai Eduardo nas redes sociais.

“Pensando em ciência, já é comprovado que a proximidade dos pais com os bebês melhoram os resultados dos prematuros ou dos recém-nascidos internados em UTI. Os bebês já ouvem as vozes dos pais durante a vida intrauterina, com o desenvolvimento do sistema auditivo, e eu tenho certeza que isso, de alguma forma, ajudou nessa recuperação e nessa guinada da parte respiratória do bebê”, afirma o

obstretra.

Maria Eduarda nasceu de 37 semanas e 6 dias, pesando 2, 3 kg e medindo 46 cm. Ela e a mãe já estão em casa. “Quando a gente vive o parto normal, tem tanta adrenalina ali, que quando não escuta o bebê chorar, é assustador. Porque a gente acha que o mais difícil já foi, mas depois que a gente foi falando com ela e ela foi ouvindo a voz e foi respondendo, nossa, é um aconchego para o coração”, disse a mãe Carol nesta quarta-feira, 9, ao Diário da Região.

Para ela, escolher a equipe certa fez toda a diferença, tanto na qualidade do socorro prestado à filha quanto no acolhimento ao casal em um momento de grande apreensão. Participaram do parto o obstetra Paulo Fasanelli, a pediatra Fabiana Gerbasi, a enfermeira obstetra Rosiane Martins e a fotógrafa Julia Vanegas.

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