Exumações e análises toxicológicas sugerem que Niels H., que cumpre pena de prisão perpétua, teria provocado 103 mortes. Ele injetava medicação cardiovascular não autorizadas, matando os pacientes. Durante uma das audiências, ele pediu perdão às famílias e justificou seus atos pelo “tédio”.
Procuradores alemães pediram nesta quinta-feira (16), a prisão perpétua de um enfermeiro alemão que admitiu ter matado ao menos 100 pacientes que estavam sob seus cuidados, no maior caso de serial killer na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A acusação apontou que Niels Hoegel, já condenado pela morte de seis pessoas, tirou a vida de outras 97 ao aplicar nelas injeções não autorizadas.
O enfermeiro de 42 anos admitiu, em outubro passado, ter matado ao menos 100 pacientes. Durante uma das audiências, ele pediu perdão às famílias e justificou seus atos pelo “tédio”.
O caso foi revelado em 2005, quando um colega de trabalho surpreendeu Högel no momento em que ele aplicava uma injeção não autorizada em um paciente de uma clínica de Delmenhorst. Hoegel foi condenado em 2008 a sete anos de prisão por tentativa de homicídio.
Um segundo julgamento ocorreu em 2014 e 2015, por pressão das famílias das supostas vítimas, que acusaram os promotores de lentidão com o caso. Ele foi considerado culpado de assassinato e tentativa de assassinato de cinco outras vítimas e recebeu a sentença máxima de 15 anos.
Foi então que Hoegel confessou ao seu psiquiatra pelo menos mais 30 assassinatos cometidos em Delmenhorst. Isso levou os investigadores a examinar mais de perto as mortes suspeitas em Oldenburg.
Pelo menos 36 pacientes foram mortos no hospital de Oldenburg e outras 64 na clínica na cidade de Delmenhorst, entre 2000 e 2005, onde e quando ele trabalhava nestes locais.
Investigadores dizem que o número final pode de vítimas chegar a 200 mortos, mas receiam que nunca saberão ao certo, porque os corpos de muitas vítimas em potencial foram cremados. Hoegel parece ter seguido um procedimento parecido em todas as vezes: primeiro injetava uma medicação que provocava uma parada cardíaca. Em seguida, tentava, com frequência sem sucesso, ressuscitar as vítimas.
Os promotores dizem que ele foi motivado pela vaidade, para ostentar as suas habilidades em salvar vidas humanas e por simples “tédio”.