Homem foi preso pela Polícia Federal em Votuporanga, onde morava
A Polícia Federal de Rio Preto prendeu um cidadão português procurado pela Interpol por suspeita de fazer parte de um esquema ilegal de migração de brasileiros para trabalhar na Europa. O homem foi localizado em Votuporanga.
A prisão de Alberto Pinto Portela, de 63 anos, aconteceu nesta segunda-feira, 30, após a PF confirmar o endereço do apartamento em Votuporanga em que o homem residia. Ele não ofereceu resistência à prisão ao ser abordado.
Alberto é processado em Portugal por “crime de auxílio à imigração ilegal e crime de angariação de mão de obra ilegal (imigração)”. Contra ele, estava em vigor um mandado de prisão preventiva.
A acusação é de que o português vinha ao País para atrair brasileiros interessados em trabalhar em obras públicas na cidade de Évora, em Portugal. Com a promessa de receber em euro, moeda mais valorizada que o real, as pessoas aceitavam o convite, mas ao chegar no destino muitos reclamavam de constantes atrasos de pagamento e de condições inadequadas de trabalho. Os brasileiros foram acolhidos pelo governo português e depois, com ajuda do Itamaraty, foram trazidos de volta para o Brasil.
Depois de ser indiciado, Alberto veio para o Brasil e passou a viver em Votuporanga, até ser novamente descoberto pela Interpol, que contou com a ajuda da PF durante as investigações. Não foi divulgado se havia vítimas da região entre as pessoas enganadas pelo acusado.
A prisão do português só foi possível após o Supremo Tribunal Federal (STF) acatar o pedido de extradição feito pelo governo de Portugal.
Depois de ser preso em Votuporanga, o português foi levado à delegacia da PF em Rio Preto, para ser ser formalizada sua prisão, com base na autorização judicial.
Como determina a legislação brasileira, depois de passar a noite na carceragem da PF de Rio Preto, o português foi submetido a audiência de custódia, na Justiça Federal de Jales. A decisão foi manter a prisão e encaminhá-lo para uma unidade prisional, destinada a estrangeiros presos no estado de São Paulo. O português vai aguardar o término do processo de extradição para Portugal para cumprir sua pena.
O delegado coordenador da PF de Rio Preto, Cristiano de Pádua, informou que não poderia dar mais detalhes sobre a operação conjunta com a Interpol para prender o português foragido, porque o caso está em segredo de Justiça.
O homem vivia de forma legalizada no Brasil desde 2012, com cédula de identidade de estrangeiro, emitida pelo governo federal em 2013, com classificação permanente. Conforme apurado pelo Diário, o documento foi emitido quando ainda não tramitava qualquer processo contra ele.
O português não constituiu advogado no Brasil e seu processo de extradição tramitou à revelia. Como ele está preso, não foi possível ouvir sua versão sobre os fatos.
Marco Antonio dos Santos – diarioweb.com.br