qui, 16 de janeiro de 2025

Presos por prática de pirâmide financeira se apresentavam como empresários de sucesso e ostentavam vida de luxo, diz PF

Votunews

Os dois homens presos por suspeita de estelionato e prática de pirâmide financeira se apresentavam como pessoas de sucesso e ostentavam vida de luxo nas redes sociais para atrair investidores, segundo a Polícia Federal de Jales (SP).

Na internet, o empresário Eduardo Bercelli Mendes, de 26 anos, e o diretor geral Murilo Dantas Oliveira, de 29 anos, postavam fotos de viagens, em carros de luxo e embarcações. Após uma investigação da PF, eles foram presos em São Paulo, na manhã de quinta-feira (11).

A investigação apontou que Eduardo e Murilo tinham uma empresa que oferecia serviço de crédito, mas a estrutura era usada para convencer as pessoas a investir economias, com a promessa de um retorno de 6% ao mês. O esquema teria movimentado aproximadamente R$ 100 milhões em quatro anos, ainda de acordo com a PF.

Segundo o delegado da Polícia Federal de Jales, Jackson Gonçalves, a investigação começou a partir de uma denúncia de que um empresário de Santa Fé do Sul captava dinheiro do mercado e pagava juros maiores do que os oferecidos pelos bancos sociais.

“Quanto mais ele pegava o dinheiro e pagava, mais as pessoas investiam e mais propagandas eram feitas nas mídias, a ponto dele ter pagado uma matéria na Revista Forbes, como se fosse um empresário de sucesso no Brasil, bem sucedido, que andava com carros luxuosos, lanchas e aviões, e que tinha imóveis”, explica.

“Tudo isso enchia os olhos dos investidores, que achavam, cada vez mais, que aquele era o caminho certo. Com essa forma de agir, ele conseguia cada vez mais investidores.”

O delegado explica que, depois da captação dos recursos dos investidores, os juros pagos não eram com a receita dele, mas com o dinheiro de outros investidores que entravam no ciclo financeiro.

“Esse tipo de atividade é denominado como pirâmide financeira. A hora que os investidores pararem de entrar na cadeia, ela vai ruir. Aí quem entrou e pagou, não vai receber. Por isso o crime de economia popular”, afirma.

“A quantidade de vítimas ainda não foi confirmada. Com a deflagração da operação e cumprimento das buscas, vamos analisar o material e documentação apreendidos. A partir da documentação, vamos poder chegar ao número de vítimas.”