qui, 16 de janeiro de 2025

Prefeituras temem que Doria mande fechar comércio da região

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Ansiedade vermelha
A disparada de casos confirmados de Covid-19, e óbitos, em Rio Preto e cidades da região está provocando ansiedade generalizada em torno da fala do governador João Doria (PSDB) nesta sexta, 19, em que ele deve apresentar a reclassificação de cada DRS (Departamento Regional de Saúde) em relação à flexibilização das atividades econômicas.

Risco grande
Autoridades de saúde dos municípios acreditam que existe o risco, sim, de um recuo para a Fase 1, que obrigaria o fechamento de todos os estabelecimentos não essenciais a partir do dia 28. Hoje Rio Preto está na Fase 2, que permite comércio de rua, shoppings e escritórios de prestação de serviço.

’Espero que não’
“Ontem (quarta-feira, 17) refizemos as contas conforme os indicadores do Estado e ainda estamos no laranja (Fase 2). Mas o número de casos e óbitos estão se intensificando dia a dia e existe, sim, a possibilidade de irmos para o vermelho, voltando apenas os serviços essenciais. Espero que não”, afirmou o secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, ao ser questionado pelo DLNews. O último boletim epidemiológico da cidade aponta 1544 doentes e 48 mortes, com crescimento acelerado no volume de internações.

Equação difícil
A mesma “tensão pré-anúncio de Doria” tomou conta do diretor de Saúde de Mirassol, Antônio Carlos Bittar. A cidade, que soma 69 casos e duas mortes, bateu recorde de oito novos infectados nas últimas 24 horas, o que torna ainda mais difícil equacionar as demandas da saúde e dos comerciantes. “Estou bem preocupado. Infelizmente as pessoas não estão entendendo a gravidade do problema. Porque nos preocupamos com a vida e a necessidade do mercado, que não pode parar também. Se houvesse uma compreensão maior da população, tudo ficaria mais fácil”, diz ele.

Na torcida
A prefeita de Catanduva, Marta Lopes (MDB), também se diz apreensiva com a live desta sexta-feira (19). “Estou com receio de voltar para a Fase 1, o que seria péssimo. Não é apenas flexibilização do comércio esse aumento de casos. A população não se conscientiza desse problema. Você vê famílias com crianças na rua. Por mais campanha que fizemos. São vários fatores que contribuem para esse retorno, que é o grande medo. Estou torcendo para que isso não aconteça”, disse. Catanduva tem 376 infectados e 17 mortes.

Desobedientes
Três regionais no Estado viveram nesta semana o que se teme por aqui: municípios ligados às DRSs de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente foram reenquadrados na Fase 1. A DRSs de Barretos, da qual Olímpia faz parte, voltou dois degraus. As duas cidades desobedeceram a determinação do governo do Estado, mantendo o comércio aberto e apelando à Justiça.

Cumpra-se
O prefeito de Olímpia, Fernando Augusto Cunha (PSD), no entanto, acabou obrigado a publicar novo decreto nesta sexta-feira (19), agora determinando o fechamento do comércio na cidade, após decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). A Prefeitura de Olímpia, porém, afirma que vai recorrer da decisão do TJ. De acordo com o Executivo local, a cidade tem patamar para ser enquadrada na “Fase 4”.

Rasgou o verbo 1
A empresária Adriana Neves, ex-presidente da Acirp, rasgou o verbo em entrevista à TV Câmara nesta quinta-feira, 18. Disse que não entende critérios que garantem superlotação em hipermercados mas não permitem funcionamento de um cabeleireiro, que políticas de auxílio econômico a empresários empacam na burocracia de bancos e que não se pode culpar o comércio pela proliferação de Covid-19 em Rio Preto.

Rasgou o verbo 2
“Empresários estão colaborando, tomando todas as medidas de higiene. Comércio não é culpado pela transmissão”, disse ela, que criticou ainda suposta falta de planejamento das instituições de saúde pelo estoque baixo de anestésicos e relaxantes musculares. “Desde março fala-se nisso. Diz que tem UTI, leito, respirador, mas não pensaram que precisava de anestésico para entubar as pessoas”, afirmou, se referindo à notícia dada em primeira mão pelo DL News de que está faltando esse tipo de medicamento no mercado. Um problema nacional, diga-se de passagem.

Causa própria
E legislando em causa própria, Adriana disse que não sabe de onde saíram pesquisas indicando aumento no consumo de cerveja – sua área de atuação. “Bares estão fechados, eventos cancelados. Rio Preto é uma cidade que vive de eventos. Faz três meses que não tem nada. Não sei de onde tiraram esses dados.”

Mais abertura
A empresária criticou também horário restrito de funcionamento do comércio. Para ela, maior abertura não aumentaria demanda, mas evitaria aglomeração. “Quem tem de ir, vai. Quanto maior a janela de funcionamento. menos aglomeração. Veja exemplo do transporte coletivo. Menos ônibus, mais gente dentro.”

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