qui, 16 de janeiro de 2025

Policiais civis de SP cobram João Doria por reposição de funcionários

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Entidades de classe da categoria criticam justificativa do governador de SP para não autorizar preenchimento de cargos vagos durante a pandemia.

A posição adotada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de não nomear candidatos aprovados em concursos públicos para preencher cargos já existentes na estrutura da Polícia Civil recebeu críticas de entidades que representam a categoria por impedir a redução da defasagem de funcionários da instituição.

A decisão tem como base a Lei Complementar 173/2020, editada pelo governo federal em função da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

“A lei proíbe a criação de novos cargos, não veda a reposição de cargos vagos. Temos mais de 700 aprovados em concursos públicos [candidatos remanescentes]. Defendemos, por exemplo, que essas nomeações deveriam ocorrer desde já para atenuar gradativamente esse déficit existente”, enfatizou o presidente da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), Gustavo Mesquita Galvão Bueno.

O delegado citou exemplos de outros estados para rebater o argumento de Doria que impede a reposição de servidores na Polícia Civil paulista. É o caso de Goiás, onde o governador Ronaldo Caiado (DEM) determinou não só a contratação de policiais civis, como também o aumento dos quadros da Polícia Rodoviária Federal, por determinação da União.

“Defendemos que a Polícia Civil reponha [o efetivo]. A população cresceu e a Polícia Civil minguou. Não deveria haver vedação até para novos concursos. A nomeação [de nomes] depende dele [governador]. É uma canetada dele. É algo que traria um benefício. A Polícia Civil atenuaria a situação crítica que continuamos vivendo hoje. Temos policiais trabalhando por dois ou três”, frisou Gustavo Mesquita Galvão Bueno.

De acordo com avaliações da associação e do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), a defasagem do efetivo gira em torno de 14 mil funcionários. O problema é antigo e afeta a atuação da Polícia Civil em áreas como a investigação de crimes e o atendimento ao público.