qui, 24 de abril de 2025

Polícia Federal e Civil apreendem arsenal e explosivos em operação contra desvio de armas em Auriflama

Operação é desdobramento de investigação sobre furto suspeito de 63 armas de fogo na semana passada.

JALES/SP – A Polícia Federal, em ação conjunta com a Polícia Civil do Estado de São Paulo, apreendeu nesta quarta-feira (23) um arsenal com 12 armas de fogo, milhares de munições, insumos e materiais explosivos na cidade de Auriflama/SP. A operação decorre de uma investigação que apura o furto suspeito de 63 armas e cerca de 30 mil munições ocorrido na semana passada no município.

Durante o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Estadual a partir de representação do Ministério Público, os agentes localizaram todo o material na residência de um empresário local. No imóvel, também foram encontrados maquinários e insumos utilizados na recarga de munições – incluindo grande quantidade de pólvora, substância de uso controlado pelo Exército Brasileiro.

O empresário é investigado por envolvimento no desvio do armamento e está preso preventivamente desde a última sexta-feira (18), ao lado de outras duas pessoas, entre elas seu irmão. De acordo com a apuração da Polícia Civil, o furto pode ter sido forjado com o intuito de justificar a subtração das armas, muitas das quais pertenciam a terceiros e aguardavam regularização junto ao Exército. Há indícios de que parte do arsenal tenha sido vendida para criminosos de outras cidades. Uma das armas foi localizada pela polícia antes mesmo da formalização da ocorrência de furto.

A nova operação foi motivada por informações da PF de Jales, que apontavam a possibilidade de outro furto de armas, mesmo com o empresário já sob custódia. Em sua residência ainda havia 12 armas: 11 registradas no SIGMA (sistema do Exército para Colecionadores, Atiradores e Caçadores – CAC) e uma no SINARM (Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal), esta última para defesa pessoal.

Todo o material apreendido será submetido à perícia técnica. As autoridades investigarão se o empresário possuía autorização legal para armazenar munições e substâncias explosivas em sua residência, uma vez que o local não apresentava a estrutura exigida pela legislação vigente.

Além das acusações relacionadas ao desvio de armamento, o investigado também responde a processo por crimes envolvendo exploração sexual infantil na internet. Em 2024, mandados de busca e apreensão resultaram na apreensão de equipamentos eletrônicos com ao menos 33 arquivos com esse tipo de conteúdo. Ele é alvo de processo administrativo de cassação da posse de armas e o Exército foi oficialmente notificado sobre o caso.

As investigações continuam na Delegacia da Polícia Federal em Jales/SP. O empresário segue preso preventivamente e está à disposição da Justiça Estadual de Auriflama.

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