A Polícia Federal de Rio Preto prendeu em flagrante na manhã desta segunda-feira, 16, o empresário Diego Bandeira, suspeito de contrabandear e vender pelo Instagram celulares, smartwatchs e fones de ouvido, todos da marca Apple. No apartamento dele, no Jardim Tarraf, foram apreendidos R$ 230 mil em equipamentos e mais R$ 17,2 mil em dinheiro, segundo a polícia. Ele foi solto no período da tarde, após pagar fiança.
Segundo a PF, Diego trazia os equipamentos eletrônicos de forma clandestina do exterior, sem pagar impostos à Receita Federal. Depois, ele usava o perfil pessoal no Instagram para anunciar os equipamentos, principalmente iPhone 12, celular de última geração do fabricante americano.
Para os clientes de Rio Preto, Diego fazia a entrega pessoalmente, mas para os consumidores de outras cidades ele enviava por Sedex, segundo o inquérito policial.
Como espécie de marketing, Diego mantinha uma coletânea de stories com postagens de pessoas que tinham acabado de comprar seus produtos e manifestavam satisfação com a negociação. Pelas postagens dá para ver que a clientela ia além da região de Rio Preto, com gente de Porto Ferreira, Jaboticabal, Santana do Parnaíba e até de Brasília. Ele sempre postava a frase “obrigado pela confiança e preferência”.
De acordo com a PF, a investigação teve início em junho deste ano e foi constatado que o investigado já teve mercadorias apreendidas anteriormente. Em uma das ocorrências, teriam sido apreendidas mercadorias avaliadas em mais de R$ 280 mil.
Inspirado na forma preferida do empresário para entrar em contato com os clientes, a PF de Rio Preto batizou a ação desta segunda-feira de Operação Direct – nome da ferramenta de bate-papo privada entre dois usuários pelo Instagram.
Com mandado de busca e apreensão expedido pela 2º Vara Federal de Rio Preto, os policiais federais entraram no apartamento de Diego. Após prestar depoimento, ele pagou fiança, mas segue como investigado pela PF. Não foi divulgado o valor da fiança.
O delegado coordenador da PF de Rio Preto, Cristiano de Pádua, afirma que o empresário responde pelo crime de descaminho, termo jurídico usado para contrabando. “Ele foi preso em flagrante, pagou fiança e foi liberado. Vai responder pelo crime de descaminho, ressaltando que ele é reincidente na conduta”, explica o delegado.
A pena para esse tipo de crime é de um a quatro anos de reclusão. Os produtos apreendidos serão enviados para depósito da Receita Federal. Após o fim do processo, eles poderão ser leiloados para que o valor seja revertido para o fisco.
Cristiano alerta que as pessoas que compraram os produtos contrabandeados também cometeram crime. “A rigor, quem compra produto importado ilegalmente comete crime de receptação”, diz o delegado.
O empresário não foi encontrado pela reportagem nesta segunda para dar sua versão sobre o caso.