Equipes estiveram em São José do Rio Preto/SP, Olímpia/SP e Cedral/SP. Investigação aponta que as fraudes causaram um prejuízo de R$ 10 bilhões aos cofres públicos nos últimos seis anos.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a Receita Federal e Secretaria Estadual da Fazenda cumpriram nesta quinta-feira (1º) mandados de busca e apreensão em três cidades da região noroeste paulista durante a operação Monte Cristo.
A ação investiga um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo cinco grandes distribuidoras de medicamentos, além de duas redes varejistas e uma associação nacional de distribuidoras de remédios.
De acordo com o Ministério Público de São Paulo, a investigação aponta que as fraudes causaram um prejuízo de R$ 10 bilhões aos cofres públicos nos últimos seis anos.
Em Olímpia, as equipes cumpriram um mandado de busca e apreensão em uma distribuidora de medicamentos e outros em cinco endereços.
Em São José do Rio Preto, foram cumpridos dois mandados. Já em Cedral/SP, as equipes procuraram documentos que comprovassem a sonegação de impostos em um endereço.
Durante a operação, também foram cumpridos 88 mandados em empresas e na residência de pessoas ligadas aos esquemas nos estados de Goiás e Minas Gerais, na capital paulista, em cidades da Grande São Paulo e nas regiões de Ribeirão Preto, Marília, Piracicaba e Campinas.
Fraudes e lavagem de dinheiro
Segundo o MP, a investigação começou em 2017 com a deflagração da 1ª fase da Operação Monte Cristo, que tinha como alvo a rede de farmácias Farma Conde, com lojas na região do Vale do Paraíba.
Na ocasião, foram assinados acordos de colaboração premiada com alguns dos investigados, que renderam confissões e pagamentos de débitos fiscais estaduais e federais no valor de R$ 340 milhões.
Os colaboradores delataram a participação das distribuidoras Medicamental, Navarro, Dismed, Divamed e Mais Bella, de duas redes varejistas, a Bifarma e a Campeã, e da Abradilan, Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos, todas alvos da operação desta quinta (1°).
Aos investigadores, os colaboradores revelaram que as empresas implementaram mecanismos de fraude fiscal com a aquisição de produtos de uma companhia sediada em Goiás.
Também era feita a utilização de distribuidoras paulistas de medicamentos atacadistas. Algumas dessas distribuidoras eram de fachada e assumiam a função de recolher o ICMS devido por antecipação tributária na entrada da mercadoria em território paulista.
O objetivo da fraude era obtenção de vantagem ilícita ao grupo, com a diminuição do custo final dos produtos.