Essa é uma simples homenagem para essas duas lendas – uma o Rei Eterno do Futebol, Pelé. A outra, uma das figuras mais conhecidas e queridas do rádio do interior do Estado de São Paulo. O repórter esportivo Claudio Craveiro, e o seu conhecido jargão esportivo, BELEZA LÉO – em referência ao amigo e conhecido narrador esportivo Léo Oliveira Filho.

Para contar essa história, vamos ao longuínquo ano de 1973, mais precisamente no dia 3 de agosto em São José do Rio Preto. No antigo Estádio de futebol “Mário Alves Mendonça” – já demolido – palco dos tempos áureos do América Futebol Clube de Rio Preto.

No gramado, duas equipes disputavam partida válida pela então Divisão Especial do futebol paulista, entre América e o Santos Futebol Clube – das estrelas Pelé, Euzébio, entre outros.

O mês era em agosto, e então a equipe esportiva da extinta Rádio Piratininga de Votuporanga foi até Rio Preto para trazer aos seus ouvintes o jogão de bola entre América e Santos. Era uma das despedidas do Rei Pelé no interior do Estado de São Paulo.

A postos, a equipe da Piratininga comandada pelo José Antonio Sanches, tinha ainda Beny Andrade – hoje em Porto Velho – RO, o Claudião Craveiro, o saudoso Ezupério Martins e o narrador Jovino Cardoso. Esses já “escalados” para pegar um alô do rei do futebol. Era véspera de aniversário dos 36 anos de Votuporanga.

As equipes postas no gramado e o árbitro da partida José Favilli Neto com o apito na boca para dar o pontapé inicial.

Do nada, com o seu microfone em punho, surge Claudião Craveiro para pegar uma “palhinha” do rei.

Como a seu costume, Claudião tromba daqui, tromba dali, vai soltando, olha o fio po… Eis que está ao lado do eterno rei do futebol. Me conta Claudião que chegou em Edson Arantes do Nascimento, de cara dizendo. “beleza Pelé, Claudião da Rádio Piratininga. Aniversário de Votuporanga, deixe a sua mensagem, meu rei”.

Logo atrás, o árbitro Favilli Neto já aponta cartão vermelho para o repórter votuporanguense, tentando tirá-lo do gramado. E como não seria diferente, Claudião insistiu, até que o Rei do Futebol emendou. “Deixe o menino trabalhar, poxa, vamos lá”, em direção ao juizão do jogo. “Pelé, sou palmeirense doente, mas como amante do futebol, rendo a você os meus parabéns, deixe sua mensagem. Pele – aos ouvintes desta rádio e a todos de Votuporanga, o meu abraço e que tenhamos um bom jogo”.

E assim foi, um jogão de bola, estádio lotado e a equipe santista já estava de olho no zagueiro Jairzão, do América, conhecido como “botinudo”. “O Pelé disse pra mim antes de começar que o Santos estava de olho em mim, que era pra eu jogar bonito. Na primeira bola que veio eu matei no peito, ao invés de jogar a bola para a arquibancada, como eu sempre fazia. O Negrão bateu a minha carteira e estufou a rede”. Barbaridade. Que mancada… Salve o eterno Rei Pelé, disse Jairzão (trecho Diário da Região).

Fim de jogo: América 0 x 1 Santos (gol Euzébio)

Na volta para Votuporanga, a equipe esportiva estava radiante – sem contar até hoje, o lendário Claudião por sua mais famosa entrevista em campo.

Dias se passaram desta histórica entrevista, começam a chegar até o Claudião que havia o registro fotográfico de seu feito. Claro, nada de tecnologia como temos nos dias atuais.

Para provar e deixar eternizada a sua entrevista, eis que Claudião pega o seu Fuscão vermelho e segue até Rio Preto atrás desta foto histórica que estava em uma galeria em uma exposição fotográfica (foto: Anisio Nicole . Claro que Claudião trouxe uma cópia desta imagem que carrega com muito amor e carinho até os dias de hoje.

Festa no céu pela chegada do Eterno Rei do Futebol. Festa aqui também, pois, Craveiro – muito emocionado deixou sua mensagem em razão do falecimento de Edson Arantes do Nascimento. “Jamais teremos no mundo um jogador de futebol como Edson Arantes do Nascimento, o Edson morreu, mas o Pele continua vivo, o melhor do mundo.”

Emerson Bortolaia – jornalista e diretor do portal www.votunews.com.br

LEGENDA: O repórter esportivo Claudio Craveiro, o Rei do Futebol Pelé, e esse do lado, não sei, mas era o gandula da partida, E sente o olhar do menino!