Dados são da Secretaria de Segurança Pública e também refletiram a região do Noroeste Paulista.
O número de casos de feminicídios, crime de homicídio que ocorre quando a vítima é especificamente mulher, cresceu 26,6% no Estado de São Paulo em 2018. Os dados são da SSP (Secretaria de Segurança Pública).
De acordo com a pasta, foram registrados 119 casos de janeiro a novembro do ano passado, ante 94 no mesmo período de 2017. Um levantamento realizado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) mostra que, em quase metade dos casos, o crime é cometido por um ex-companheiro da vítima que não aceita o fim do relacionamento.
“- A gente vem de uma sociedade patriarcal, marcada pelo machismo, que o homem parte do princípio de que a mulher é uma propriedade, o papel dela é subalterno. Nós temos a dificuldade de superar esse machismo enraizado no mundo social”, explica o sociólogo André Luiz Mattos.
Exemplificando o triste aumento deste tipo de violência na região de Votuporanga/SP, na noite do último dia 25 de dezembro, a auxiliar de cozinha Suelen Karine Camilo, de 29 anos, foi brutalmente assassinada a golpes de machado quando chegava em casa, em um bairro rural do município.
Após o crime, o marido Antônio Barbosa, de 38 anos, fugiu, conforme informado pela polícia. A vítima tinha dois filhos, um de 14 anos e um de seis, sendo que o mais novo é filho do principal suspeito.
A Promotoria analisou 364 denúncias de tentativa de feminicídios no estado. A pesquisa aponta que duas em cada três vítimas do crime foram mortas dentro da própria casa. Quase metade desses casos a mulher foi atingida por vários golpes ou tiros.
A promotora Valéria Scarance, que coordenou o estudo, afirma que a melhor maneira de evitar o crime é romper o silêncio, já que 96% das vítimas não tinham registrado boletim de ocorrência e nem contava com nenhuma medida protetiva para manter os ex-companheiros afastados, pois, para o Ministério Público, a denúncia já é uma forma de intimidar o agressor.