qui, 16 de janeiro de 2025

No Rio, quatro suspeitos de atrapalhar investigação sobre Marielle e Anderson são presos

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Entre os presos está Elaine Lessa, mulher do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram a vereadora o motorista Anderson Gomes.

A polícia do Rio e o Ministério Público prenderam nesta quinta-feira (3) quatro suspeitos de atrapalhar a investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Os investigadores dizem que uma mulher articulou o esquema para descartar as armas da quadrilha. Elaine Lessa é mulher do PM reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Os policiais prenderam Elaine em casa, num condomínio em frente à praia da Barra da Tijuca. O irmão dela também foi preso. A polícia encontrou um fuzil no quarto de Bruno Figueiredo.

Todos os presos são parentes ou amigos de Ronnie Lessa, que está desde março numa penitenciária federal de segurança máxima.

Um dia depois de Lessa ir para a cadeia, câmeras de segurança flagraram o empresário José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, saindo de um endereço ligado a Ronnie Lessa. Márcio Gordo carregava uma caixa. Segundo os investigadores, havia armas dentro dela.

Márcio Gordo foi outro alvo da operação desta quinta (3). E também Josinaldo Freitas, conhecido como Djaca.

“E ele levou até o Quebra-Mar, onde ele contratou um barqueiro e pediu para que o barqueiro levasse a alto mar e lá ele fez descarte das caixas, malas e bolsas pertencentes a Ronnie Lessa”, explicou Letícia Emile, promotora do Gaeco.

Entre as armas jogadas no mar, poderia estar a submetralhadora MP5, usada no assassinato de Marielle e Anderson. A polícia, a Marinha e os bombeiros fizeram 28 buscas no mar, mas nunca encontraram nada.

“A investigação revelou que ao menos seis fuzis, armas longas, foram arremessadas no oceano”, disse o delegado Daniel Rosa

Escutas telefônicas feitas pela polícia com autorização judicial revelam uma conversa entre Josinaldo Freitas, o Djaca, e uma mulher não identificada. Ele admite que foi chamado por Márcio Gordo para ajudar a fazer a limpeza do apartamento de Ronnie Lessa.

Mulher: Como é que foi parar teu nome nessa p* dessa história?

Djaca: Pô, o Ronnie é meu pai, cara, é meu pai. Cara, sei lá, acho que nego vai me matar, cara.

Mulher: Mas tu tem alguma coisa a ver com isso?

Djaca: O que eu fiz foi carregar umas caixas falando que era mudança. Me ligaram e pô, é mudança e tal. Mais nada.

Quase um ano e sete meses depois das mortes de Marielle e Anderson, os investigadores ainda não sabem quem foi o mandante do crime.

“Trabalhamos em cima de todas as provas que foram apreendidas, algumas ainda estão sendo analisadas. E análise não é simples, demanda tempo, tecnologia, até inteligência artificial para chegarmos às conclusões”, explicou Antonio Ricardo Nunes, chefe das Delegacias de Homicídio.

O advogado de José Márcio Mantovano repudiou as acusações. A imprensa não conseguiu contato com a defesa dos outros presos na operação.

FONTE: Informações | G1/Jornal Nacional