qui, 16 de janeiro de 2025

Mulheres sauditas poderão se alistar nas forças armadas

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Mulheres só poderão exercer as funções de soldado de primeira classe, cabo e sargento, segundo Ministério das Relações Exteriores. País tem ampliado direitos femininos, mas ao mesmo tempo aumentou onda de repressão contra ativistas de direitos humanos.

As mulheres sauditas foram autorizadas pela primeira vez a se alistar nas forças armadas do reino ultraconservador, que iniciou um vasto programa de reformas econômicas e sociais, informou o Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira (9).

O governo da Arábia Saudita tem multiplicado recentemente suas decisões sobre mulheres neste país que aplica uma versão rigorosa do Islã, enquanto organizações de direitos humanos o acusam de reprimir ativistas feministas.

“É um novo passo em direção à emancipação”, escreveu no Twitter o Ministério das Relações Exteriores, acrescentando que as mulheres só poderão exercer as funções de soldado de primeira classe, cabo e sargento.

Riad já havia autorizado no ano passado o ingresso de mulheres nas forças de segurança.

Por iniciativa do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, várias reformas começaram a conceder direitos às mulheres nos últimos anos, como a possibilidade de obter uma carteira de motorista ou viajar para o exterior sem o consentimento prévio de um “tutor” (pai, marido, irmão, filho ou outro parente masculino).

Durante o mesmo período, foi desencadeada uma onda de repressão contra ativistas de direitos humanos. Alguns deles continuam detidos, como a defensora dos direitos das mulheres Lujain al Hathlul.

Após a queda, nos últimos cinco anos, do preço do petróleo no mercado internacional, a Arábia Saudita, o maior exportador mundial do produto, tenta melhorar sua imagem no exterior para atrair investidores e turistas e, assim, diversificar sua economia muito dependente dos combustíveis fósseis.

FONTE: Informações | France Presse