qui, 16 de janeiro de 2025

Motorista que atropelou grupo em bloqueio tem prisão preventiva revogada

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A Justiça revogou nesta quinta-feira (16) a prisão preventiva do motorista de 29 anos que atropelou um grupo em um bloqueio bolsonarista. O caso foi registrado na rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), no dia 2 de novembro de 2022.

A decisão foi tomada pelo juiz Marcos Takoaka, da Terceira Vara de Mirassol, após o Ministério Público apresentar parecer favorável.

“Embora estejam presentes prova de materialidade e prova de autoria do crime de tentativa de homicídio, o requerente foi devidamente identificado e não apresenta riscos a garantia da ordem pública, da ordem econômica, bem como a instrução criminal ou a aplicação da lei penal”, escreveu o magistrado.

Embora o juiz tenha deferido a liberdade provisória, o motorista terá de respeitar as seguintes medidas cautelares:

  • Informar seu endereço por ocasião do cumprimento do alvará, devendo comunicar eventual alteração ao Juízo;
  • Proibição de frequentar manifestações de caráter político;
  • Proibição de se ausentar da Comarca em que reside por mais de 10 dias consecutivos sem autorização do Juízo;
  • Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga;
  • Não se envolver em novas infrações.

Caso haja o descumprimento das cautelares, o jovem pode ter a prisão preventiva decretada novamente.

Ao g1, a advogada de defesa do motorista, Priscila Furlaneto, informou que não havia motivos para a manutenção da prisão.

“O acusado é primário, trabalhador e não oferece perigo algum à sociedade, tendo sido um caso isolado em sua vida. Em audiência de instrução foram elucidados vários pontos importantes, o que contribuiu positivamente”, disse.

Denúncia

O motorista foi denunciado à Justiça por 16 tentativas de homicídio. O promotor Hérico William Alves Destéfani entendeu que o condutor assumiu o risco de matar 14 civis e dois policiais militares. Segundo o Ministério Público, os crimes foram cometidos por meio que dificultou a defesa das vítimas, não se consumando por circunstâncias alheias à vontade do motorista. A denúncia foi aceita no dia 21 de novembro. Portanto, o condutor do veículo virou réu.

Vídeos

Várias pessoas gravavam vídeos do ato quando um carro de cor prata acelerou e atropelou o grupo que estava no meio da pista. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram as vítimas caídas no asfalto

Segundo o capitão da Polícia Militar Rodoviária de Rio Preto, Maurício Noé Cavalari, uma negociação para desinterditar a rodovia era realizada quando o atropelamento aconteceu.

“Alguns manifestantes chegaram a deitar na rodovia. Não houve uso de força, mas um condutor arrancou bruscamente sobre as pessoas. Ele só parou quando os policiais fizeram a abordagem”, disse.

Na ocasião, várias ambulâncias foram acionadas e levaram os feridos para hospitais e unidades de saúde da região.

“Fizemos isso para não sobrecarregar os hospitais. Retiramos o condutor e a passageira do carro para levá-los à delegacia em segurança. Também conseguimos conversar com os manifestantes e liberar a rodovia por completo”, afirmou.

G1