Motorista que atropelou grupo de bolsonaristas em rodovia furou fila de carros e acelerou, diz vítima

Neusa Maria Mantovani de Almeida foi uma das 17 pessoas atingidas pelo condutor que avançou contra o grupo na Rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), na tarde de quarta-feira (2). Motorista teve a prisão em flagrante convertida em preventiva

Uma das pessoas atropeladas durante o bloqueio bolsonarista na Rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), na tarde de quinta-feira (2), disse que o motorista de 28 anos furou uma fila de veículos e acelerou na direção do grupo.

Segundo a Polícia Civil, 17 pessoas foram atingidas pelo veículo. Duas meninas, de 10 e 11 anos, e três policiais militares estão entre as vítimas. Três seguiam internadas até a publicação desta reportagem. Ninguém morreu.  Ao g1, Neusa Maria Mantovani de Almeida contou que participava do ato ilegal quando escutou o barulho do carro se aproximando. “Ele não respeitou, saiu por trás, veio pelo gramado e atingiu as pessoas. Não fazia 10 minutos que a polícia tinha chegado. Só escutei o ronco do carro e fui atingida”, relatou a vítima. Neusa de Almeida foi socorrida com dores nas costas, no tornozelo e no ombro. Ela recebeu atendimento e foi liberada no mesmo dia em que o caso aconteceu.

Vídeos

Várias pessoas gravavam vídeos do ato quando o carro prateado acelerou e atropelou o grupo que estava no meio da pista (veja no vídeo acima). Imagens que circulam pelas redes sociais mostram as vítimas caídas no asfalto. Segundo o capitão da Polícia Militar Rodoviária de São José do Rio Preto (SP), Maurício Noé Cavalari, uma negociação para a pista ser desinterditada era realizada quando o atropelamento aconteceu. “Alguns manifestantes chegaram a deitar na rodovia. Não houve uso de força, mas um condutor arrancou bruscamente sobre as pessoas. Ele só parou quando os policiais fizeram a abordagem”, disse.

O motorista foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e encaminhado para a Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Rio Preto. Ele disse à Polícia Civil que acelerou o veículo após ser agredido por participantes do ato.

O jovem passou por audiência de custódia na manhã de quinta-feira (3), teve a prisão em flagrante convertida para preventiva e foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Rio Preto.

Negociação

De acordo com o coronel do Comando de Policiamento do Interior 5 (CPI-5), Carlos Enrique Forner, bolsonaristas tentaram agredir o motorista que atropelou o grupo, mas foram impedidos por equipes da corporação. Muitas pessoas cercaram o carro depois do atropelamento e danificaram o veículo.

“Desde o início das manifestações, nós temos tido interdição pelos caminhoneiros. Essa parte já estava controlada, mas, infelizmente, temos alguns manifestantes sapecas. Eles estavam na pista, fazendo uma manifestação pacífica, quando um dos motoristas investiu contra o grupo. A própria polícia fez a abordagem. Tínhamos a preocupação porque os manifestantes queriam linchar o motorista”, afirmou.

Repórter agredido

Uma equipe de reportagem da TV Record que acompanhava o atropelamento na rodovia Washington Luís, em Mirassol, foi agredida por um grupo de bolsonaristas. À Polícia Civil, o repórter Yuri Macri disse que agressão aconteceu diante da Polícia Militar, que não interveio. Um vídeo divulgado pelo jornalista nas redes sociais mostra o momento em que faz a transmissão para o jornal, mas precisa interromper após intervenção do grupo. Na imagem, bolsonaristas o cercam e começam a hostilizar os profissionais.

Segundo Yuri, após encerrar a gravação, ele e o repórter cinematográfico foram agredidos com “socos, chutes e joelhadas”. Ele relatou a agressão em um boletim de ocorrência feito na Polícia Civil ainda nesta quarta-feira (2). G1

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