O Tribunal de Júri condenou a 16 anos de reclusão e mais 4 anos de detenção o motorista Edson Aparecido Astolfi, de 47 anos, acusado de causar a morte da enfermeira Karen Takeda, 28 anos, na rodovia Euclides da Cunha, no dia 3 outubro de 2019. O julgamento foi realizado nesta quinta-feira, 4.
Exames apontaram que o réu estava embriagado e dirigiu na contramão por cerca de nove quilômetros. Na ocasião do acidente, o teste do bafômetro constatou 0,7 miligramas de álcool por litro de ar aspirado pelo acusado. Os jurados entenderam que, com isso, ele assumiu o risco de matar a enfermeira, além de outras quatro pessoas que ficaram feridas.
Segundo a denúncia do promotor João Santa Terra, com base nas investigações da Polícia Civil de Fernandópolis, no dia dos fatos, policiais militares fizeram o acompanhamento do veículo que estava em alta velocidade, mas o acusado só parou depois de bater a caminhonete L200 Triton, contra o carro da enfermeira, um Gol com placas de Jales. A vítima trabalhava na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Votuporanga e voltava para casa no dia do acidente.
A defesa entrou com recurso tentando anular a decisão da Justiça de levar o acusado a júri popular, mas o pedido não foi aceito. Para o juiz Vinicius Castrequini, da 2º Vara Criminal de Fernandópolis, a pena para o crime de homicídio qualificado deverá ser cumprida em regime fechado. “Foram vários quilômetros assumindo o risco de matar alguém, até o desfecho fatal, não se podendo equiparar esta conduta com a de quem pontual e impetuosamente arrisca a vida alheia, conduta que se esvai em segundos”, escreveu o magistrado em decisão.
Apesar de ter ficado em silêncio na delegacia, Astolfi admitiu, no processo, o consumo de álcool no dia do acidente e alegou que, após passar pelo trevo de Estrela DOeste, teve um “mal súbito e não se lembra de mais nada”, apenas do momento que foi preso.
O acusado se defendeu alegando também que, “há muitos anos” foi pego no bafômetro, mas, na época, não aconteceu acidente. O réu também diz que não sabia que ia precisar a caminhonete depois de ter ingerido as cervejas.
A reportagem tentou contato com o advogado Igor Santos Pimentel para comentar a decisão dos jurados, mas as ligações caíram na caixa de mensagens.