Pescadores e moradores de Buritama estão preocupados com a mortandade de arraias e camarões no Rio Tietê. O fenômeno, registrado no sábado (15), também tem impactado turistas, que relatam mau cheiro e a coloração esverdeada da água.
Em um vídeo enviado à reportagem do G1 Rio Preto, é possível ver dezenas de arraias de água doce, do gênero Potamotrygon, mortas na margem do rio, além de milhares de camarões e peixes boiando.
Impacto na pesca e na economia
Pedro Navarrete, pescador da região, teme os prejuízos com a perda de pescado. Segundo ele, a situação tem se tornado recorrente e afeta diretamente o sustento de famílias que dependem da pesca.
“Em uma armada de rede que eu tirei, tinha uns 100, 150 cascudos. Se eu aproveitei foi uns 30. Era uma coisa para a gente uns 40 quilos de filé de cascudo. Quer dizer, consegui no mínimo uns oito ou 10 quilos, só. É lamentável, ninguém resolve ou dá uma explicação para a gente”, desabafa o pescador.
Monitoramento ambiental
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) de Araçatuba informou, por meio de nota, que não foi acionada para a ocorrência, mas tem intensificado as fiscalizações na região e já agendou uma coleta de amostras da água para análise.
Especialistas alertam que a coloração esverdeada da água pode estar relacionada à proliferação de microalgas, muitas vezes ocasionada pelo despejo de resíduos orgânicos e poluição.
Risco aos banhistas
Mesmo após a morte, as arraias continuam representando um perigo aos banhistas. Os ferrões presentes em suas caudas podem inocular veneno e causar dores intensas, além de necrose na pele.
A população segue aguardando respostas sobre as causas do problema e medidas para evitar novos episódios de mortandade no Rio Tietê. Pô Auriflama