Ídolo histórico do Corinthians e ex-jogador da seleção colombiana, Freddy Rincón morreu hoje em decorrência dos ferimentos sofridos em um acidente de carro na madrugada de segunda-feira. Aos 55 anos, o ex-meio-campista estava internado desde a manhã do mesmo dia devido a um traumatismo craniano, chegou a ser operado, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos.
A morte do ex-jogador foi confirmada na madrugada desta quinta-feira (de Brasília) pelo médico Laureano Quintero, chefe da equipe do Hospital Clínica Imbanaco onde estava internado. “Apesar de todos os esforços de nossa equipe de trabalo, Freddy Rincón Valencia morreu. Queremos expressar nossos sinceros sentimentos de condolências a seus familiares, amigos e seguidores”, disse Quintero.
Laureano Quintero, director Médico de la Clínica Imbanaco, aseguró que “pese a todos los esfuerzos de nuestros equipos de trabajo, Freddy Rincón Valencia ha fallecido. Queremos expresar nuestros sinceros sentimientos de condolencias a sus familiares, amigos y seguidores”. pic.twitter.com/DCPhoeQMLV
— El País Cali 📰#ElPaisPaLante (@elpaiscali) April 14, 2022
Rincón foi um dos grandes personagens do futebol brasileiro nos Anos 90 e 2000. Ele foi campeão paulista pelo Palmeiras em 1994 e anos depois se tornou um dos maiores ídolos do Corinthians, pelo qual foi bicampeão brasileiro (1998 e 99) e campeão mundial como capitão, em 2000, no primeiro grande título internacional do clube. O colombiano ainda defendeu Santos e Cruzeiro no futebol brasileiro.
Freddy Eusébio Gustavo Rincón Valencia nasceu em 1966 em Buenaventura, a maior cidade portuária da Colômbia. Foi no time local que ele se destacou aos 19 anos, antes de passar por Tolima, Independiente Santa Fe e América de Cali, chegar à seleção colombiana e ir jogar no exterior. Além dos clubes brasileiros, ele também defendeu Napoli (ITA) e Real Madrid.
Problemas com chefes do Cartel de Cali
Freddy Rincón talvez fosse o jogador de maior prestígio do futebol colombiano em 1990, quando chegou ao América de Cali. Ele vinha do Santa Fe já como meio-campista consolidado e naquele mesmo ano faria um gol histórico na Copa do Mundo, no empate com a Alemanha —que seria a campeã mundial. Ao chegar em Cali, no entanto, descobriu que precisaria seguir as regras e caprichos do presidente Miguel Rodríguez Orejuela, traficante que era o número 2 do cartel local.
Nos três anos que jogou lá, Rincón conta que recebeu duas propostas do Boca Juniors que lhe agradaram, mas que Orejuela simplesmente ignorou. Foi só depois da Copa do Mundo de 1994, a segunda que ele disputou, que o volante finalmente conseguiu deixar o clube para jogar no Palmeiras.
“Quando cheguei ao América, me desmotivaram. Me baixaram o salário pela metade do que eu ganhava no Santa Fe. Isso para mim foi uma humilhação muito grande que me fez passar o dono do clube.”Freddy Rincón, sobre Miguel Rodríguez Orejuela.