Investigação no interior de São Paulo apura esquema de tráfico internacional desde 2017. Ao todo, 8 aeronaves foram apreendidas.
Uma das vítimas que tiveram os nomes usados em um esquema de tráfico internacional de drogas investigado pela Polícia Civil é uma catadora de materiais recicláveis de São José de Rio Preto/SP.
A ação que corre por Americana/SP desde 2017 já prendeu 11 pessoas e apreendeu 8 aeronaves, sendo 1 em Birigui/SP, 1 em Sorocaba/SP, 2 em Jundiaí/SP e 2 em Americana. A última operação foi registrada em Birigui, na terça-feira (8).
A aeronave apreendida em Sorocaba estava sendo monitorada pela polícia com voos em países como Bolívia, Equador e Brasil. Os pilotos e um colombiano que estavam legalmente no país foram localizados durante a abordagem.
De acordo com o delegado Luis Carlos Gazarini, titular da DISE (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Americana, o dono que tinha o nome no registro da aeronave é um funcionário público morador de Brasília que não sabia que teve os documentos usados na fraude.
“Abriram uma empresa no nome dele e usaram essa empresa para fazer a compra. Ele é considerado vítima e já foi ouvido”, diz Gazarini.
Em situação parecida está uma moradora de São José de Rio Preto. Segundo a polícia, a mulher é catadora de materiais recicláveis e também teve os dados usados para que fosse aberta uma empresa com firma em cartório com dados modificados.
“Também foi ouvida e claramente não tem a mínima condição de ter um avião de R$ 12 milhões no nome. A vítima mora de aluguel, tem passagens por furto de fio, tem a renda de reciclagem e já foi flagrada tentando entrar na prisão com um celular para dar ao filho preso”, explica.
A aeronave da empresa que teve o nome da vítima foi comprada no Mato Grosso e foi localizada em Jundiaí.
Investigação
Segundo a polícia, o esquema era comandado por um piloto brasileiro, com nacionalidade paraguaia, e que alugava um hangar no aeroclube de Americana.
Em alguns dos casos, parte das aeronaves apreendidas estava em nomes de laranjas. Contudo, algumas pessoas recebiam valores do tráfico para registrar os aviões em seus nomes, como ocorreu em uma das apreensões no Amazonas e em Goiás.
Ainda segundo a polícia, a investigação continua para localizar e apreender outras aeronaves que seriam usadas no crime.
FONTE: Informações | G1