De acordo com o promotor Eduardo Martins Boiati, o caso corre em segredo de Justiça, mas algumas mães já foram chamadas e prestaram depoimento.
O MP (Ministério Público) instaurou inquérito civil para investigar denúncias feitas por famílias de que crianças estariam sendo dopadas com tranquilizantes em uma creche no bairro Vila Paes, em Votuporanga/SP. A informação foi confirmada na tarde desta terça-feira (4).
De acordo com o promotor Eduardo Martins Boiati, o caso corre em segredo de Justiça por envolver menores de idade. Contudo, afirmou que algumas mães já foram chamadas e prestaram depoimento.
A investigação da Polícia Civil começou depois que Keli Nascimento Antoniolo foi à polícia denunciar que o filho dela, na época com apenas 11 meses, saiu desacordado da creche.
Como o menino não acordava, Keli o levou até a Santa Casa de Votuporanga, onde ele foi submetido a exames toxicológicos, que identificaram no organismo dele a presença do medicamento clonazepam.
Após ela prestar queixa, Fernanda da Silva Oliveira e outras sete mães também procuraram a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) para registrar queixa contra a unidade de ensino e relatar que perceberam sintomas parecidos nos filhos, que também frequentavam o local.
De acordo com Fernanda, ela deixou o filho por cerca de 30 dias na creche e a criança teria passado mal por duas vezes.
Em uma das vezes, a mãe foi buscar o filho depois de deixá-lo uma hora e meia na creche e o encontrou dormindo, praticamente desmaiado.
Fernanda também conta que foi para a Santa Casa de Votuporanga, onde a criança passou por exames, mas o resultado não apontou nenhum consumo de remédios.
O que diz a prefeitura
A prefeitura instaurou uma sindicância para apurar a responsabilidade de funcionários da creche no caso. Ela foi prorrogada por 30 dias e deve terminar no dia 4 de julho.
O Executivo também informou que nenhum medicamento é administrado nas escolas municipais para as crianças, com exceção daquelas que possuem receita médica e os pais mandam medicação e as instruções, como o horário e a dosagem do remédio.
Em relação à denúncia, a prefeitura afirmou que a Secretaria de Educação foi procurada pelos pais de uma criança no final do ano passado e não por várias, como traz o boletim de ocorrência.
A secretaria relatou o caso à Procuradoria Geral do Município, mas, na época, não havia resultado de exames médicos ou qualquer outro material com embasamento legal que determinasse providências administrativas.
Mesmo assim, a Secretaria da Educação orientou educadores, técnicos e profissionais das escolas municipais.