Médicos organizam festa de aniversário para bebê internada há 350 dias em UTI: ‘Amada por todos’

Ela foi diagnosticada com hipertensão pulmonar primária e fibrose pulmonar de etiologia, situações que a mantém dependente de cateter nasal 24 horas por dia. Além disso, ela também tem surdez congênita.

Os profissionais do hospital acompanham a Anna Luísa Lira Fernandes praticamente desde quando nasceu. Por isso, a equipe se uniu para comemorar a vida da bebê e organizou uma festa com direito a bolo, docinhos e até balões, na última terça-feira (16). “Elas [profissionais da saúde] me falaram que queriam comprar um bolo, mas não me contaram sobre o tema. Quando eu vi ela [a menina] fantasiada de Moana, que todo mundo diz que ela parece, eu amei. Ela estava tão linda. Fico muito feliz vendo o quanto ela é amada por todos”, conta Milena Vitória Lira Barreto, mãe de Anna Luísa.

Para Milena, a comemoração de aniversário também celebrou a vitória da menina ao chegar ao primeiro ano de vida, pois há meses luta contra os problemas decorrentes da prematuridade.

“Tinha 17 anos quando fiquei grávida. Ainda estudava, trabalhava. Mas fiz tudo certo, todos os ultrassons e estava tudo bem. Durante o parto, minha pressão subiu muito. Ela nasceu, foi direto para a Neonatal e ficou 18 dias”, conta. “Depois de 15 dias em casa ela passou mal. Teve uma gripe e precisou voltar para o hospital, foi aí que descobrimos o que era e ela está lá até hoje.”

Durante cinco meses, Milena não saiu do hospital. Por isso ficou desempregada e teve crise de ansiedade. Então, decidiu voltar para a casa e visitar a filha todos os dias. Apesar de cansativo, é o principal compromisso de Milena.

“No começo foi uma loucura, porque parei minha vida por ela. Nesses 12 meses aprendi muito sobre responsabilidade e amadurecimento”, afirma.

Embora Anna tenha o diagnóstico de surdez, a mãe afirma que a menina reconhece a todos, interage e sorri muito. “Ela só não escuta e não fala, mas reconhece tudo. É muito ativa, guerreira, pois mesmo passando por tudo isso ela não desiste, não deixa de sorrir”, diz.

Embora tenha apresentado melhora nas ultimas semanas, Anna Luísa ainda não tem previsão de alta hospitalar.

“Eu fico com o coração na mão porque eu quero ela em casa, mas sei que não dá no momento. Ela vai ter que fazer fisioterapia, fonoaudióloga e ver como reage.”

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