Operação Armadeira inclui ainda 39 mandados de busca e apreensão. Outras 13 pessoas são procuradas. Força-tarefa afirma que analistas cobravam propina de investigados para reduzir multas.
Agentes da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu nesta quarta-feira (2) um auditor da Receita Federal suspeito de chefiar um esquema de extorsão contra investigados da própria força-tarefa. Um ex-funcionário do órgão também foi preso.
Marco Aurélio Canal, supervisor de Programação da Receita na Lava Jato do Rio, era um dos procurados da Operação Armadeira. A Polícia Federal, com apoio da Receita, tenta prender outras 12 pessoas.
A Lava Jato contou com escutas autorizadas pela Justiça e ações controladas – como adiar o cumprimento de mandados de prisão – para localizar os suspeitos.
Segundo as investigações, o esquema na Receita prosperou à medida que a Lava Jato avançava. A suspeita é que Canal, que tinha acesso a detalhes dos investigados, usava os dados para lhes extorquir dinheiro – em troca de redução ou cancelamento de multas.
Pedidos de prisão preventiva
- Daniel Monteiro Gentil;
- Elizeu da Silva Marinho, preso;
- José Carlos Lavouras;
- Marcial Pereira de Souza;
- Marco Aurélio da Silva Canal, preso;
- Monica da Costa Monteiro Souza;
- Narciso Gonçalves;
- Rildo Alves da Silva;
- Sueli Monteiro Gentil.
Pedidos de prisão temporária
- Alexandre Ferrari Araújo;
- Fabio dos Santos Cury;
- Fernando Barbosa;
- João Batista da Silva;
- Leonidas Pereira Quaresma.
Os 14 mandados de prisão e 39 de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Nova delação e dossiê
A operação desta quarta é baseada em novas delações de Lélis Teixeira, ex-presidente da Fetranspor – a federação das empresas de transporte do estado – e de Ricardo Siqueira. Ambos são réus em fases da Lava Jato.
Lélis afirma que
Canal já tinha sido citado no inquérito sobre ofensas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que tramita na própria corte, como um dos responsáveis por uma apuração feita pela Receita sobre 133 contribuintes, entre os quais o ministro Gilmar Mendes e a mulher dele.
Segundo as investigações, Canal distribuiu esse dossiê a outras pessoas.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes determinou a suspensão do procedimento de investigação.
FONTE: Informações | G1