A delegada Dálice Ceron, titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Rio Preto, informou no início da tarde desta quarta-feira, 5, que peritos não identificaram lesões decorrentes de violência sexual na bebê de três meses, levada sem vida pelos pais para a UPA Santo Antônio, na manhã de terça-feira, 4.

“Conversei com o médico legista e ele informou que não havia lesão nos órgãos genitais da criança, descartando a hipótese de violência física de ordem sexual”, disse por telefone.

Como é de praxe, foi coletado material biológico e amostra de sangue para realização de exames complementares. O laudo sobre a causa da morte deverá ficar pronto em até 30 dias.

Um inquérito foi instaurado pela delegacia especializada para apurar as circunstâncias da morte da criança. Pais e vizinhos serão intimados para prestarem depoimento.

Também por telefone, a mãe da bebê contou que a menina nasceu com problemas de saúde. “O teste do pezinho detectou alteração. Recebemos encaminhamento para um especialista, mas ela nem chegou a ser avaliada, não deu tempo. Ela também estava com refluxo. Levei na pediatra e a médica disse que não era preocupante porque a bebê não estava perdendo peso”, afirmou.

A mulher contou que a bebê dormia na cama com o casal. Durante a madrugada ela levantou para acudir um dos filhos, que estava chorando, e acabou dormindo no quarto dele. Horas depois, foi acordada pelo marido.

“Ele estava assustado porque a bebê estava fria e sem reação. Virei ela de bruços, fiz massagem e saí correndo para a rua, pedindo socorro. Na UPA, mandaram a gente ficar do lado de fora da sala”. Em razão da repercussão do caso, a família está sendo ameaçada no bairro. “Minha filha sempre foi muito amada por nós. A própria médica no IML disse que a bebê estava muito bem cuidada, estava gordinha e não tinha nenhuma lesão. Mas não estão respeitando a nossa dor. Acabei de enterrar a minha bebê e estão culpando o meu marido”, lamentou.

Joseane Teixeira – diarioweb.com.br