Justiça reduz em 90% valor de indenização de padre acusado de assediar e beijar criança no interior de SP

Valor que era de R$ 210 mil foi reduzido para R$ 20 mil. Advogado de defesa pediu execução da indenização na segunda-feira (17).

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) reduziu em 90% o valor da indenização por danos morais que o padre acusado de abusar sexualmente de uma criança, à época com 11 anos, foi condenado a pagar. O crime ocorreu na paróquia São Benedito, em Sales (SP), em 2013.

O padre Osvaldo Donizeti de Silva e o Bispado de Catanduva (SP) foram condenados, em fevereiro de 2023, ao pagamento de R$ 210 mil a vítima, atualmente com 22 anos.

A jovem relatou na ação judicial cível que os abusos cometidos pelo padre, conhecido como Barrinha, lhe causaram “sequelas emocionais” irreparáveis.

g1 procurou a Diocese de Catanduva mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.

Na decisão o desembargador do TJ, Miguel Brandi, informou que a indenização cumpre duas funções: reparadora e pedagógica.

O advogado de defesa da vítima, Manoel Victor Bacalhau, informou ao g1 que recorreu da decisão que tramitou em julgada em 24 de maio. Disse ainda que na segunda-feira (17) ingressou com o pedido de execução da indenização.

“A justificativa para a redução do valor condenatório, baseada no fato de que a vítima continuou a catequese, realizou sua Primeira Eucaristia e, agora adulta, trabalha e namora, revela um padrão de comportamento tipicamente patriarcal, frequentemente observado em crimes dessa natureza, onde o julgamento recai sobre a vítima para, a partir daí, julgar-se o réu. É praticamente dizer: “se a vítima conseguiu restabelecer sua vida, não há motivos para punição”, disse o advogado Manoel.

Criminalmente, Barrinha já foi condenado em duas instâncias por abusar da vítima e ficou preso por mais de um ano. Em liberdade, o religioso vive uma vida normal e continua celebrando missas.

Acusação

O padre Osvaldo foi acusado por assediar a menina durante um ritual de primeira eucaristia, na igreja da cidade em 2013. De acordo com o boletim de ocorrência, o padre teria abraçado a menina e segurado as nádegas, além de ter dado um beijo na boca dela.

Ainda de acordo com o B.O., no momento do abraço, o padre teria colocado a mão nas partes íntimas da menina. Segundo a denúncia do Ministério Público, o abuso só parou quando uma das amigas da vítima, que aguardava do lado de fora, esbarrou na porta, assustando o padre. Ao ficar sabendo do abuso, a família da vítima levou o caso à polícia.

Naquela época o padre foi preso e encaminhado para o presidio de Andradina (SP). Depois, foi transferido para o Centro de Ressocialização de Presidente Prudente (SP), onde foi solto em 16 de outubro de 2014. G1

Login

Bem vindo! Faça login na sua conta

Lembre de mimPerdeu sua senha?

Lost Password