Integrantes do MST rendem PMs em manifestação em estrada

Dois policiais militares aparecem em vídeo rendidos por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em manifestação na PR-170 em Guarapuava, na região central do Paraná, na manhã desta quinta-feira (19).

As imagens foram gravadas de dentro de um carro que passa pela rodovia. No vídeo, os dois policiais aparecem sendo retirados do local, rendidos pelos braços, pelos manifestantes às margens da estrada.

O protesto, segundo o MST, cobra a reforma agrária na região e chegou a bloquear temporariamente a rodovia nesta manhã.

A Polícia Militar disse, em nota, uma equipe foi ao local diante da interdição da rodovia e pediu “de maneira pacífica” para os manifestantes liberarem a estrada.

A corporação disse ter avisado ao movimento que há, inclusive, decisão judicial proibindo o bloqueio da via.

“Em momento posterior, conforme pode ser visto em vídeos que circulam pelas redes sociais, utilizando de força e agressão, os manifestantes retiraram a equipe policial do local”, disse a PM.

De acordo com a polícia, os agentes envolvidos passam bem e nenhum deles foi feito refém.

O g1 questionou o MST sobre a manifestação e especificamente sobre a afirmação da PM de que houve uso de força e agressão contra os agentes.

O MST afirmou, em nota, ser falsa a informação que circula em redes sociais de que o grupo teria feito os policiais reféns.

O movimento afirma que cerca de 300 camponeses e camponesas bloqueavam parcialmente a PR-170 para cobrar uma resposta do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Paraná (Incra-PR) sobre a regularização fundiária de 14 comunidades da região.

A manifestação começou ainda na tarde de quarta-feira (18), foi paralisada, e retomada na manhã desta quinta, na altura do km 390. Nesse período, foi permitido apenas o tráfego de veículos de saúde.

Nesta manhã, a fila chegou a somar cerca de 6 km de congestionamento sentido Pinhão e 3 km de congestionamento sentido Guarapuava.

Manifestação por reforma agrária
Em nota, o MST também disse que o movimento busca a regularização fundiária de 14 comunidades camponesas Sem Terra e de Posseiros, localizadas nos municípios de Inácio Martins, Pinhão e Guarapuava , na região central do estado, e Reserva do Iguaçu, no sudoeste .

Juntas, as comunidades formam a chamada “Brigada Cacique Guairacá” do MST no Paraná. Segundo o movimento, são cerca de duas mil famílias – algumas há mais de 30 anos à espera da formalização dos assentamentos.

“As pautas foram apresentadas em uma assembleia com o INCRA, realizada na região há 90 dias. Sem resposta do órgão na data prometida, as famílias ocuparam a estrada sem prazo para sair, até que sejam ouvidas”, destaca o MST.

Em nota, o movimento disse que uma reunião foi marcada para a tarde desta sexta-feira (20), em Guarapuava, com representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, da Ouvidoria Agrária estadual e do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos (Cejusc) do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).

Ao g1, o INCRA disse que “desde o início do ano mantém intenso diálogo com os movimentos sociais” e que na sexta-feira (20) um representante da direção do órgão, de Brasília (DF), vai a Guarapuava para se reunir com a Câmara de Conciliação Agrária e servidores da autarquia no estado para “firmar entendimento e esclarecimentos sobre as pautas com os trabalhadores rurais sem terra”. G1

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