qui, 17 de abril de 2025

Idoso salva cachorro de ataque de sucuri em Potirendaba

“Fui no céu e voltei quando vi que ele estava vivo”, contou o produtor rural Gildo Loureiro em entrevista ao Diário

 

Diariamente, o produtor rural de Potirendaba Gildo Loureiro, 68 anos, conta com a companhia de quatro cachorros em seu sítio. Entre eles, está o viralata Tico, definido pelo idoso como “o mais companheiro”. “Onde eu tô ele tá junto, se deixar até dorme comigo. É muito dócil”, disse.

No último dia 24 de março, entretanto, Tico, que está com ele há pelo menos três anos, se descuidou de Gildo por um momento. Em entrevista ao Diário, o homem contou que ao sair de moto por seu sítio, entre Potirendaba e Mendonça, naquele dia, e ser seguido pelos bichos, percebeu, enquanto passava próximo ao córrego Borá, que o cão havia deixado os outros três.

Logo depois, o produtor rural disse que ouviu um ruído e ao olhar para uma poça d’água próxima à beira do rio, encontrou uma cobra sucuri, de aparentemente 4 metros de comprimento, enrolada.

“Pulei de cima da moto, quebrei um pedaço de pau e encarei ela”, relatou Gildo, que disse ter, imediatamente, arrastado o réptil para fora da poça, momento em que iniciou as pauladas e percebeu que Tico estava enrolado pela cobra.

“Ela tava com a presa no pescoço e eu achei que ele estivesse morto já, quando eu vi nem pensei e enfiei a mão dentro da boca dela e consegui tirar ele. Fui no céu e voltei quando vi que ele estava vivo. Fiz de tudo para salvar porque ele é meu companheiro”, contou o idoso.

Ele afirmou também que, embora seja proibido por lei ambiental, ele queria ter matado a sucuri, mas não conseguiu com o pedaço de pau que tinha em mãos. “Ela quis enrolar em mim, machucou meus dedos, mas eu dei um porrete nela, que deu uma rabanada e escapou, indo pra água. Cê acha que eu vou deixar matar uma coisa que é minha vida?”, ressaltou Gildo, que na sequência, correu socorrer o viralata.

“Levei ele na veterinária, que aplicou quatro injeções e fez ultrassom, mas graças a Deus ele não quebrou nada e nem comprometeu nenhum órgão, porque foi muito rápido, se ficasse alguns minutos mais ele tinha morrido apertado”, contou.

O produtor rural disse que esta não é a primeira vez que uma sucuri aparece em sua propriedade. “Teve uma vez que uma de 5 metros comeu um bezerro”, relembrou Gildo, que afirmou que nas redondezas escuta-se falar bastante da presença de cobras por ali.

Apesar do susto, a história teve um final feliz. Passados 15 dias, o idoso contou que Tico já voltou a correr e acompanhá-lo por todos os cantos. “Depois que passou não conseguia dormir, vinha na mente aquela cena, eu começava a chorar de ver o jeuito que ele ficou, mas eu consegui graças a Deus, teve a mão de Deus, não foi só eu, foi Deus”, avaliou Gildo.

Lei ambiental

De acordo com Lei 9.605/1998 em seu artigo 29 é crime: Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente ou em desacordo com a obtida.

A pena é de seis meses a um ano de prisão, porém, como a sucuri está de extinção, a pena é aumentada de em mais seis meses. Para o crime de maus-tratos a pena é de três meses a um ano de detenção.

Arthur Pazin – diarioweb.com.br

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