Após três meses internada, Rosa Maria Soares Esteves, de 68 anos, venceu a Covid-19 e recebeu alta de um hospital em Santos, no litoral paulista. “Ela é nossa guerreira. Antes [de se contaminar], os últimos exames mostravam que ela tinha apenas 25% do pulmão funcionando e já fazia uso de oxigênio”, comemora a filha Carla Esteves Lourenço, de 38 anos, durante entrevista ao G1 nesta terça-feira (15).
A alta de Rosa aconteceu nesta segunda-feira (14) e foi comemorada pela equipe médica. Segundo a filha, a idosa tem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) há 15 anos, e faz uso de oxigênio diariamente.
A notícia de que a mãe contraiu Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, foi um choque para a família. “Me vi sem chão, pensei que ela não voltava mais”, descreve Carla, que acompanhou a mãe na primeira ida ao hospital, na primeira internação e no dia da entubação.
Por ser idosa e ter uma doença pulmonar, a filha sabia que o grau de dificuldade seria maior para a mãe. Ela relata que os médicos foram sinceros desde o início, e que o quadro era grave. “Sabíamos da dificuldade de um paciente com DPOC. As chances que eu via eram nulas”, conta. Segundo Carla, na primeira visita, a médica foi bem categórica e a mãe foi dada como uma paciente com poucas chances.
“Aquilo foi um choque. Naquele dia, todas as minhas fichas foram embora. Mas, depois, eu pensei vou continuar acreditando, e falava para ela acreditar, porque ela é uma guerreira e iria sair dali. Então, ela venceu a Covid, saiu da UTI”, relata Carla.
A filha relata que a família fez correntes de oração junto a amigos. Ao sair da UTI, ela diz que passou a acompanhar mais de perto, já que poderia visitá-la. Depois de algumas semanas, recebeu a notícia de que a mãe receberia alta.
“Foi uma alegria enorme, como se eu tivesse ganhado na loteria. Sabe aquele prêmio que você espera muito? É a mesma sensação. Digo que ela é a Mulher-Maravilha, por ser guerreira e passar por tudo. [Minha mãe] já teve um câncer de mama, venceu, mesmo com a DPOC, conseguiu vencer a Covid, e está aí firme e forte”, comemora.
A alta da paciente foi comemorada pela equipe médica junto a familiares. Por ter passado um período longo de internação, ela precisou sair de ambulância, ainda na maca. Segundo Cláudia, o processo de recuperação ainda é longo, e será necessário muito apoio em casa. A idosa permanece com a traqueostomia, e a continuidade do tratamento será feita em sua residência.
Doença pulmonar obstrutiva crônica
Segundo o Ministério da Saúde, a DPOC é uma doença pulmonar que obstrui as vias aéreas, dificultando a respiração. O principal sintoma é falta de ar em atividades que requerem esforço, até as mais corriqueiras.
A DPOC não tem cura, mas os tratamentos disponíveis podem retardar a propagação da doença, controlando sintomas e reduzindo possíveis complicações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, há 210 milhões de pessoas em todo o mundo com a doença pulmonar obstrutiva crônica.