Mulher disse aos agentes que foi agredida a socos, mas na delegacia mudou o discurso, frisando “que ele não fez nada”
Depois de uma denúncia de violência doméstica, policiais foram atacados por um homem, que, de acordo com informações do boletim de ocorrência, chegou a cuspir no rosto de um e ameaçar de morte todos os agentes. O caso foi registrado nesta terça-feira (25) na Vila Toninho, em Rio Preto. A mulher, no entanto, qualificada como vítima, na delegacia negou que tivesse sido agredida e não quis solicitar medidas protetivas.
A equipe policial relatou na Central de Flagrantes que era por volta de 20h50, quando foram informados sobre a confusão. Na residência, a mulher de 31 anos disse aos PMs “que o marido chegou embriagado em casa, arrumou uma discussão por comida, e passou a agredi-la com socos, que ele a empurrou fazendo com que caísse no chão e que ambos entraram em confronto [vias de fato]. Além disso, o companheiro ainda a ameaçou com uma faca que tinha na cintura”.
Os agentes perguntaram se poderiam entrar no imóvel e a vítima autorizou. O suspeito, de 40 anos, disse apenas “que houve agressão mútua”. Ao ser informado que seria levado ao plantão porque a mulher apresentava lesões, o homem resistiu. Afirmou “que não iria”, passou a empurrar um dos policiais, dizendo ainda “que seus fdp, policiais de m… Isto não irá ficar assim, eu irei atrás de vocês”.
Foi necessário então uso de algemas para a condução do agressor, que cuspiu no rosto de um dos agentes que o levava para o compartimento de presos da viatura. Além disso, se jogou duas vezes no chão para atrapalhar o trabalho da equipe e tentou dar uma cabeçada no mesmo policial, que necessitou usar força moderada para contê-lo.
Já no caminho da delegacia, dentro do carro, o homem afirmou: “vou matá-los quando sair da cadeia”. A mulher foi levada para a UPA Tangará anteriormente já que apresentava cortes pelo corpo e outras lesões leves.
Mudou o discurso
No depoimento ao delegado no entanto, mudou toda a versão anterior, dizendo “que o marido chegou em casa embriagado e que após discussão saiu de casa. Que ele não lhe agrediu de nenhum modo e que apenas chamou a PM porque ele estava muito alterado”.
Frisou ainda “que ele não lhe fez nada, nem mesmo a ameaçou e que não desejava medida protetiva contra o homem e nem mesmo que ele fosse preso”. Foi elaborada requisição para que ela fizesse exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e o suspeito, qualificado no BO apenas como ‘autor’, não foi ouvido devido ao estado de embriaguez que se encontrava.
Devido aos testemunhos apresentados apresentarem versões contraditórias, o delegado de plantão determinou a confecção do boletim de ocorrência e o encaminhamento do caso para o distrito policial correspondente a área dos fatos, onde o ocorrido e o suspeito serão investigados para que tudo seja devidamente elucidado.
Gazeta de Rio Preto.