Neste tipo de golpe, o aniversariante recebe a ligação de uma suposta floricultura – ou outro comércio. Um atendente diz que o entregador tentou levar um presente até o endereço da vítima, mas não encontrou ninguém.

Para entregar o presente novamente, o entregador pede uma taxa de baixo valor. No pagamento, ele diz que a máquina de cartão não aprovou a transação. Neste momento, além de descontar outros valores da conta da vítima, o cartão ainda é clonado e usado em outras compras. Uma dessas vítimas foi o gerente administrativo Pedro Henrique de Almeida, que recebeu o golpe no dia 9 de junho e perdeu R$ 25 mil.

“Estava dando erro, toda vez que ele colocava o valor e me mostrava na tela para eu digitar a senha ficava dando erro. Aparecia o valor no visor e mensagem de ‘não processado’, ‘erro’ e ‘inserir novamente’. É uma falta de segurança, porque a pessoa sabe o dia do seu aniversário, o seu endereço e tem os seus dados”, lamenta.

Outro caso foi de uma idosa que caiu no golpe no dia 6 de junho, quando completou 70 anos. Na ocasião, a mulher perdeu R$ 12 mil. Em seguida, ela recebeu uma ligação do banco, que questionou transações de R$ 6,9 mil no débito e R$ 4,9 mil no crédito. Segundo o delegado da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), Ricardo Afonso, é de suma importância que as vítimas registrem boletins de ocorrência como estelionato para investigar o caso.

Ele também afirma que, neste crime, a máquina de cartão está adulterada e mostra um valor menor do que o verdadeiramente colocado pelo criminoso. A orientação do delegado é que a vítima certifique quem é o remetente do presente e telefone para ele.

“O crime de estelionato é um crime de ocasião, em que o criminoso se aproveita da vítima. É importante a vítima perguntar o porquê a floricultura está pedindo para ela pagar a entrega e não o remetente. Normalmente, a vítima tem vergonha de procurar a polícia e dizer que foi alvo de um golpe. A vítima pode, inclusive, registrar o BO online”, diz.G1