Criados na base do Tigre, Nando e Rique esperam oportunidade para atuarem juntos pela primeira vez no profissional durante a Série D do Campeonato Brasileiro.
Rique e Nando são irmãos gêmeos e, além da aparência física, eles têm algo em comum: os dois são jogadores profissionais do Novorizontino. Mas a posição em que eles jogam os mantêm distantes dentro do campo. Rique é zagueiro e Nando atacante.
Os dois jogadores de 21 anos são crias da base do Tigre e subiram ao profissional neste ano. Eles ainda não atuaram juntos e esperam a oportunidade surgir na Série D do Campeonato Brasileiro.
Os irmão contaram ao ge.globo/tvtem que isso aconteceu algumas vezes nas categorias de base. Mas a semelhança chegou a criar confusão nos torcedores que acompanhavam a partida.
– Minha esposa me contou que falaram na arquibancada durante o jogo: “Aquele loirinho está no ataque, está na defesa, não para de correr” – lembra Nando, aos risos.
Rique conta que existe até jogada ensaiada entre os dois para confundir os adversários.
– Atacamos a primeira bola juntos e o zagueiro, às vezes, se confunde – diz.
Até a autoridade máxima dentro do campo já se confundiu. Os irmãos, como a maioria, gostam de comprar a briga um do outro. Quando um deles sofre uma falta, o outro sai correndo de onde estiver para falar com o árbitro. Isso até um dos treinadores da base chamar a atenção deles.
– Chegou um momento que o árbitro queria me expulsar, achando que era meu irmão. Aí ele não acreditou em mim e pediu para ver meu número. Questionei que não tinha levado nem o amarelo ainda, porque ele estava me expulsando? Aí ele pediu desculpas e dei risada. Não dá para perder o jogo por causa de uma bobeira – conta Nando.
Chegada em Novo Horizonte
No clube desde 2014, os irmãos entraram praticamente juntos no Novorizontino. Eles nasceram em Presidente Prudente/SP, mas passaram a infância toda em Euclides da Cunha Paulista, cidade com pouco mais de 9 mil habitantes. A cidade é tão pequena que até para treinar os gêmeos tiveram dificuldade e quase desistiram do futebol por isso.
– Nossa cidade não tinha muita opção para treino. Nós treinávamos com o Marcão, que até hoje conversa com a gente. Tínhamos desistido de jogar futebol. Cheguei a pedir para meu pai arrumar um emprego como mecânico de motos para mim – conta Rique, o mais velho por dez minutos.
Entretanto, os garotos viram a sorte mudar. Marcão arrumou uma peneira em Novo Horizonte, no dia seguinte. Eles arrumaram as malas e viajaram mais de seis horas. Foram aprovados na primeira seletiva, mas Rique não passou na segunda. Algumas semanas depois, com Nando já integrado na base do Tigre, o lateral-direito da equipe na época se lesionou.
O atacante comentou com o treinador que o irmão jogava também pela lateral-direita, além de jogar também como volante. O técnico gostou da ideia e pediu para chamar Rique, que foi integrado. Desde então, os dois participaram de praticamente todas as categorias de base do clube e estavam no time que foi eliminado na semifinal do Campeonato Paulista Sub-20 pelo Palmeiras, em 2017.
– O tratamento aqui sempre foi bom, todos os funcionários são incríveis conosco. Pensamos em ser ídolos aqui, talvez seja o que mais a gente pensa. Não foge da cabeça isso – comenta Rique.
“Nós temos muito tempo aqui, sentimos que é nossa casa. É um clube que queremos fazer a nossa história, e isso começa pelo título da Série D. Daí por diante as coisas irão acontecer, mas para chegar no alto nível, primeiro temos que ser grandes no clube onde a gente nasceu”, complementa Nando.
Pela segunda rodada da Série D do Campeonato Brasileiro, o Novorizontino encara o Pelotas, no próximo sábado, às 16h, no estádio Jorge Ismael de Biasi, o Jorjão, em Novo Horizonte/SP.
FONTE: Informações | globoesporte.globo.com