qui, 16 de janeiro de 2025

Gêmeos do Novorizontino criam confusão em árbitro e até na torcida por semelhança física

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Criados na base do Tigre, Nando e Rique esperam oportunidade para atuarem juntos pela primeira vez no profissional durante a Série D do Campeonato Brasileiro.

Rique e Nando são irmãos gêmeos e, além da aparência física, eles têm algo em comum: os dois são jogadores profissionais do Novorizontino. Mas a posição em que eles jogam os mantêm distantes dentro do campo. Rique é zagueiro e Nando atacante.

Os dois jogadores de 21 anos são crias da base do Tigre e subiram ao profissional neste ano. Eles ainda não atuaram juntos e esperam a oportunidade surgir na Série D do Campeonato Brasileiro.

Os irmão contaram ao ge.globo/tvtem que isso aconteceu algumas vezes nas categorias de base. Mas a semelhança chegou a criar confusão nos torcedores que acompanhavam a partida.

– Minha esposa me contou que falaram na arquibancada durante o jogo: “Aquele loirinho está no ataque, está na defesa, não para de correr” – lembra Nando, aos risos.

Rique conta que existe até jogada ensaiada entre os dois para confundir os adversários.

– Atacamos a primeira bola juntos e o zagueiro, às vezes, se confunde – diz.

Até a autoridade máxima dentro do campo já se confundiu. Os irmãos, como a maioria, gostam de comprar a briga um do outro. Quando um deles sofre uma falta, o outro sai correndo de onde estiver para falar com o árbitro. Isso até um dos treinadores da base chamar a atenção deles.

– Chegou um momento que o árbitro queria me expulsar, achando que era meu irmão. Aí ele não acreditou em mim e pediu para ver meu número. Questionei que não tinha levado nem o amarelo ainda, porque ele estava me expulsando? Aí ele pediu desculpas e dei risada. Não dá para perder o jogo por causa de uma bobeira – conta Nando.

Chegada em Novo Horizonte

No clube desde 2014, os irmãos entraram praticamente juntos no Novorizontino. Eles nasceram em Presidente Prudente/SP, mas passaram a infância toda em Euclides da Cunha Paulista, cidade com pouco mais de 9 mil habitantes. A cidade é tão pequena que até para treinar os gêmeos tiveram dificuldade e quase desistiram do futebol por isso.

– Nossa cidade não tinha muita opção para treino. Nós treinávamos com o Marcão, que até hoje conversa com a gente. Tínhamos desistido de jogar futebol. Cheguei a pedir para meu pai arrumar um emprego como mecânico de motos para mim – conta Rique, o mais velho por dez minutos.

Entretanto, os garotos viram a sorte mudar. Marcão arrumou uma peneira em Novo Horizonte, no dia seguinte. Eles arrumaram as malas e viajaram mais de seis horas. Foram aprovados na primeira seletiva, mas Rique não passou na segunda. Algumas semanas depois, com Nando já integrado na base do Tigre, o lateral-direito da equipe na época se lesionou.

O atacante comentou com o treinador que o irmão jogava também pela lateral-direita, além de jogar também como volante. O técnico gostou da ideia e pediu para chamar Rique, que foi integrado. Desde então, os dois participaram de praticamente todas as categorias de base do clube e estavam no time que foi eliminado na semifinal do Campeonato Paulista Sub-20 pelo Palmeiras, em 2017.

– O tratamento aqui sempre foi bom, todos os funcionários são incríveis conosco. Pensamos em ser ídolos aqui, talvez seja o que mais a gente pensa. Não foge da cabeça isso – comenta Rique.

“Nós temos muito tempo aqui, sentimos que é nossa casa. É um clube que queremos fazer a nossa história, e isso começa pelo título da Série D. Daí por diante as coisas irão acontecer, mas para chegar no alto nível, primeiro temos que ser grandes no clube onde a gente nasceu”, complementa Nando.

Pela segunda rodada da Série D do Campeonato Brasileiro, o Novorizontino encara o Pelotas, no próximo sábado, às 16h, no estádio Jorge Ismael de Biasi, o Jorjão, em Novo Horizonte/SP.

FONTE: Informações | globoesporte.globo.com