Avião tem capacidade para transportar 1.800 litros de água e fará parte dos esforços do Corpo de Bombeiros para conter o fogo que já dura mais de 60 horas.
Desde a manhã desta quinta-feira (29), um avião-tanque de pequeno porte com capacidade para armazenar dois mil litros de água está sendo usado por uma “força-tarefa” no combate a queimada que atinge uma área de reserva ambiental há mais de 60 horas em Castilho/SP.
A aeronave enviada pela Defesa Civil do Estado de São Paulo chegou no local na manhã desta quinta-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo começou na noite de segunda-feira (26) em uma plantação de cana-de-açúcar, se espalhou rapidamente e atingiu a área de reserva ambiental.
Cerca de 40 homens estão no local realizando o trabalho de combate às chamas, que também conta com o apoio do helicóptero Águia, da Polícia Militar de Araçatuba/SP.
Imagens feita do alto e divulgadas pela corporação, mostram o tamanho da dimensão da queimada. Diversos animais foram flagrados fugindo do fogo. Contudo, alguns não conseguiram e morreram carbonizados.
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Walter Cruz Oliveira, o relevo e a mata seca dificultam o trabalho. Além disso, alguns pontos são de difícil acesso. Por isso, as aeronaves são extremamente importantes. “Durante a madrugada, nós identificamos os focos e passamos as coordenadas. Através dessa logística, a gente conseguiu montar uma estratégia para atuar com as aeronaves”, afirma Walter Cruz Oliveira.
As autoridades informaram que ainda não se sabe exatamente qual a dimensão da destruição da queimada que também atingiu fazendas e canaviais. Bois e vacas foram flagrados tentando se alimentar da vegetação atingida pelas chamas.
Contudo, de acordo com a Cesp (Companhia Energética de São Paulo), concessionária responsável pela preservação da mata, até a noite de quarta-feira (28), cerca de 2 mil hectares, área equivalente a 2 mil campos de futebol, tinha sido destruído.
Funcionários da Cesp monitoram a área atingida para fazer um levantamento da quantidade de animais que já morreram. Eles também identificaram que a queimada começou com dois focos de incêndio, sendo um dentro e outro fora da área de preservação ambiental.
Segundo a bióloga Valéria Stranghetti, a área consumida pelo fogo só irá se recuperar se passar por um reflorestamento total, pois as árvores estão queimando por dentro e a vegetação extremamente seca. “É muito triste ver isso em uma área de transição tão importante para biodiversidade”, afirma a bióloga.
Já para o brigadista de incêndio de Castilho, Messias Donnega, para voltar a ter a quantidade de árvores, vegetação e animais que possuía antigamente, a área precisaria de 9 a 10 anos. “O maior problema é que no ano que vem, pode haver outra queimada igual a essa”, diz.