qua, 15 de janeiro de 2025

Força-tarefa dá início à operação preventiva contra o fogo na Floresta Estadual

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A missão é queimar o mato seco no entorno da área, técnica conhecida como aceiro negro, para impedir incêndios acidentais ou criminosos na maior área verde da cidade

Fogo contra fogo, essa é a arma utilizada pela força-tarefa composta por bombeiros, policiais ambientais e servidores estaduais e municipais para combater o risco de incêndio nos 393 hectares da Floresta Estadual do Noroeste Paulista, na região do antigo IPA. Cerca de 50 profissionais atuaram, na manhã desta segunda-feira, 26, na aplicação da técnica do aceiro negro, que consiste em queimar capim de forma controlada, criando corredores de vegetação morta. Isso impede que incêndios provocados por bitucas de cigarro ou combustão de veículos se alastrem para as áreas de proteção permanente e de reflorestamento.

Segundo o capitão Emerson Mioransi, da Polícia Ambiental, neste primeiro dia foram queimados 21,4 hectares de vegetação seca do entorno da floresta.

“Vamos continuar a operação na quarta e na sexta-feira. A floresta é importante porque Rio Preto tem uma baixa cobertura verde, de apenas 8,7%, quando a média estadual é de 23%”, alerta o oficial ambiental.

A chamada Operação SP Sem Fogo já aconteceu com sucesso em 2022, com zero incêndio na floresta. Além da queimada controlada e preventiva da vegetação seca, o trabalho é feito em parceria com os funcionários da Floresta Estadual, com criação dos aceiros, que deixam longas faixas de terra sem vegetação, na área vizinha da floresta, para dificultar o risco de propagação de incêndio, explica o gestor da Floresta Estadual, Alírio Fábio.

“Nós fazemos o aceramento preventivo, limpeza da área do entorno para evitar que o fogo atinja a floresta. Também fazemos a conscientização da comunidade, para evitar atear fogo nesta época do ano, pois pode causar um incêndio em que todos vão perder com as consequências. A Floresta Estadual tem importância muito grande para a qualidade do ar de Rio Preto”, afirma o gestor.

Clima prejudica

O coordenador da Defesa Civil de Rio Preto, coronel Carlos Lamin, diz que as condições climáticas, com estimativa de ter mais dias sem chuva, aumentam o risco de incêndios em 2023.

“A tendência neste ano é de ser uma estiagem mais prolongada. Vamos sentir mais a seca em setembro e outubro, por conta da falta de chuvas. Desde 2017, estamos trazendo inovações para impedir que essa área verde pegue fogo”, afirma o coordenador.

Lamin recorda que em 2020 e em 2021, a Floresta Estadual foi atingida por grandes incêndios devido à forte estiagem. Durante este período, a quantidade de mato seco, o forte calor e a baixa umidade do ar, além da ação criminosa de incendiários, destruíram dezenas de hectares de área verde.

Na operação desta segunda-feira, caminhões pipa dos bombeiros, além de veículos da Defesa Civil, foram utilizados para manter o fogo controlado.

Fiscalização

A Polícia Ambiental vai aumentar o patrulhamento no entorno da Floresta Estadual para combater os incêndios provocados. Além disso, a Guarda Municipal vai ficar mais atenta às imagens geradas pelas câmeras de monitoramento 24 horas colocadas em pontos estratégicos próximos da floresta.

O capitão Alexandre Neto, do Corpo de Bombeiros, ressalta que a população na área urbana também pode colaborar, deixando de usar a queimada para limpar terrenos cheios de mato.

“Primeiramente, temos de deixar claro que o fogo não deve ser utilizado para baixar matos e limpar terrenos. Felizmente, nos últimos meses, temos atendido cada vez menos ocorrências deste tipo”, diz o oficial.

A fiscalização contra queimadas urbanas é realizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo e a multa é de dois salários mínimos.

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