De acordo com a gestão estadual, a previsão é a de que a fila de exames seja zerada nesta quarta-feira (22).
A fila de testes de coronavírus que aguardam análise no estado de São Paulo caiu para 2.600 amostras nesta terça-feira (21), segundo informações o governo do Estado. De acordo com a gestão estadual, a previsão é a de que a fila de exames seja zerada já nesta quarta-feira (22).
Os testes são processados pela Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de Covid-19 de São Paulo, coordenada pelo Instituto Butantan, que conta com 38 laboratórios habilitados, entre públicos, privados e universitários, incluindo uma unidade do próprio Butantan.
Na segunda-feira (20), o número de amostras represadas era de 4,1 mil, mas esse valor chegou a ultrapassar 17 mil exames na fila na semana passada.
De acordo com o governo, a rede pública de laboratórios já está conseguindo processar em torno de 2 mil testes por dia e apenas nesta segunda-feira (20) foram processadas e liberadas 3,7 mil amostras.
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, em média, chegam aos laboratórios 1.800 exames para análise. Entretanto, Dimas ressalta que muitas amostras estão chegando com problemas ou por falha na coleta de material ou por contaminação durante o armazenamento ou transporte até os laboratórios.
De todo universo de testes analisados na rede pública estadual de Covid-19, a estimativa oficial é de que de 7 a 8% deles são descartados por serem considerados “inconsistentes”, segundo Dimas Covas.
Por serem consideradas inconsistentes, não é possível chegar a um resultado porque as amostras estão inadequadas para fazer análise laboratorial, explica Covas. Os motivos são os mais variados, como falta de material, falha de coleta do material, contaminação na coleta ou no transporte e até mesmo erro no registro da amostra, como falta de informações sobre paciente e a origem do material.
Investimentos
Para dar conta da demanda acumulada, o instituto comprou 1,3 milhão de testes importados da Coréia do Sul e a última remessa chegou na manhã do último sábado (18). O investimento total para a implantação da plataforma paulista de exames da Covid-19 foi de R$ 85 milhões, de acordo com o governo paulista.
Nos cálculos do Butantan, quando a Plataforma de Laboratórios para Diagnóstico de Covid-19 estiver operando em plena capacidade, o que está previsto para a segunda quinzena de maio, será possível fazer até 8 mil exames do tipo RT-PCR por dia, com resultados liberados em até 48 horas a partir da chegada das amostras nos laboratórios.
A realização dos testes é fundamental para dimensionar corretamente a evolução da pandemia, mas o governo tem tido dificuldades para conseguir kits e processar toda a demanda. São Paulo tem 42% dos casos de Covid-19 no país, com 1.037 mortes e 14.580 pacientes com coronavírus confirmado. Até o momento o Estado de S. Paulo realizou 31,2 mil exames para casos suspeitos de Covid-19.
Rede de análise
Embora a plataforma de laboratórios inclua 38 instituições, entre públicas e privadas, o atraso nos exames se concentra nas amostras enviadas para a rede pública, especialmente para o Instituto Adolfo Lutz.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) chegou a denunciar o Instituto Adolfo Lutz ao Ministério Público e à Secretaria de Estado de Saúde por indícios de irregularidades no armazenamento de mais de 20 mil amostras que aguardavam testes de coronavírus.
O atraso nos exames na rede pública provoca uma discrepância entre o número de confirmações nos diferentes bairros da cidade. O Morumbi, onde boa parte da população tem acesso à rede privada, é o distrito com mais casos confirmados de Covid-19 na cidade. Apesar disso, o bairro com mais mortes pela doença é a Brasilândia, onde há um número muito menor de casos confirmados.
FONTE: Informações | g1.globo.com