qui, 16 de janeiro de 2025

Ex-presidente do Peru, Alan García se mata após receber ordem de prisão no caso Odebrecht 

MUNDO

Político, que atirou contra a própria cabeça, era um dos quatro ex-chefes de Estado do país acusados de ter recebido suborno da empreiteira brasileira envolvida em corrupção generalizada. 

Na manhã desta quarta-feira (17), o ex-presidente do Peru, Alan Garcia, se matou em Lima com um tiro na cabeça, depois de receber uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça. García, de 69 anos, era um dos quatro ex-chefes de Estado do Peru investigados sob a acusação de terem recebido suborno da construtora brasileira Odebrecht. Ele negava ter se envolvido em atos de corrupção. 

Uma equipe especial da polícia chegou às 6h30 à casa do ex-presidente no bairro de San Antonio, em Miraflores, com a ordem de prisão preventiva por dez dias. García, então, subiu para o segundo andar dizendo que ia ligar para o seu advogado, contou o ministro do Interior, Carlos Morán. Em vez disso, o ex-presidente trancou a porta do cômodo. Quando os agentes tentaram entrar, ouviram o disparo.  

Ao entrar pela varanda, os policiais encontraram García sentado, com a marca de um tiro na cabeça. Levado para o Hospital Casimiro Ulloa, em Lima, ele foi submetido a uma cirurgia, mas sofreu três paradas cardíacas e morreu depois de três horas. Diante do hospital, apoiadores choravam a morte de García. 

Alan García 

Orador habilidoso que liderou por décadas um partido tradicional do Peru, o Apra (Aliança Popular Revolucionária Americana), García governou o país como um nacionalista de 1985 a 1990 antes de se reinventar como um defensor do livre mercado e ganhar um novo mandato de cinco anos em 2006.  

No ano passado, ele pediu asilo político ao Uruguai depois de uma ordem judicial o proibiu de sair do Peru para evitar que fugisse ou interferisse nas investigações do caso Odebrecht. Montevidéu não aderiu à tese de perseguição política e rejeitou o pedido.