Dra. Camila de Conti Fochi alertou sobre atraso ou antecipação dos marcos e tirou dúvidas sobre menstruação precoce.
A puberdade é uma fase marcada por modificações físicas, sociais e mentais, responsáveis pela transição para a vida adulta. O conhecimento de sua evolução é necessário tanto para descartar ansiedades, em especial dos pais e cuidadores, quanto para diagnóstico precoce de patologias que possam estar associadas.
O SanSaúde falou com a endocrinologista infantil, Dra. Camila de Conti Folchi, para falar mais sobre o assunto. “A puberdade fisiológica é marcada pelo desenvolvimento dos chamados “caracteres sexuais secundários”. As mamas em meninas devem iniciar-se entre os 8 e 13 anos, e nos meninos, entre 9 e 14 anos. O atraso ou a antecipação dos marcos puberais devem ser seguidos por atendimento especializado”, explicou.
Dra. Camila contou que não necessariamente as crianças nessas situações precisarão de terapia medicamentosa. “Por vezes apenas consultas médicas programadas já são suficientes. O importante a saber-se é que, em algumas situações, doenças podem estar por trás de tais manifestações. Alterações devem ser investigadas e conduzidas com todo cuidado que a situação pede”, afirmou.
Menstruação precoce
Muitas famílias têm dúvidas sobre a menstruação precoce em meninas, quanto ao seu posterior crescimento. A menstruação precoce, afinal, prejudica o crescimento e a estatura final das meninas? Mito ou verdade?
A endocrinologista contou que as situações devem ser analisadas individualmente. “O “estirão de crescimento” é um período de aceleração de crescimento da criança e ganho de estatura e ocorre de fato antes da menarca, a primeira menstruação. Não raro após início dos ciclos menstruais, a menina tem menos ganho de crescimento, com a oclusão das “cartilagens de crescimento”. Por isso, a avaliação precoce deve ser realizada em momento oportuno”, disse.
Sobre o tratamento, isso depende da causa do distúrbio puberal, da presença ou não de alguma doença. “A interrupção da evolução puberal pode ser feita através de aplicações intramusculares a cada mês ou trimestrais”, finalizou.