Eleições de 2020 são as primeiras sem coligações de partidos para vereadores

Entenda o impacto dessa nova regra no resultado das urnas.

 

As eleições de 2020 são as primeiras sem as chamadas coligações de partidos para vereadores.

É do que faz seu dia que trata uma eleição municipal. Se no caminho tem luz, lixo, se o trânsito flui quando chove, se na escola tem vaga ou falta professor. E a disputa é decidida na matemática.

Até a eleição passada, os partidos se juntavam em torno de candidatos bem conhecidos, chamados puxadores de voto, e eles acabavam elegendo também candidatos dos outros partidos coligados.

Em 2020, a regra do jogo mudou. Partidos só podem se juntar para apoiar candidatos à prefeitura. As coligações estão proibidas na eleição proporcional, nesse caso a de vereadores.

Imagine um município pequeno, com só quatro partidos e uma Câmara de Vereadores com dez cadeiras. Com o número de votos válidos da eleição, chegamos ao quociente eleitoral, que é a quantidade de votos que um partido precisa ter para conseguir eleger um vereador.

O partido X teve 300 votos válidos. Dividido pelo quociente eleitoral do município, descobrimos o quociente partidário: três. Então, este ano, esse partido irá eleger os três vereadores mais votados da legenda.

Agora, o candidato com muitos votos ainda pode levar com ele outros candidatos, mas apenas do mesmo partido.

“O fim da coligação para eleição proporcional favorece com que o voto seja mais fiel ao que pensa o eleitor sobretudo se ele votar no candidato cujo o partido seja vinculado a suas ideias”, diz Fernando Abrucio, cientista político e professor da FGV-SP.

E se a eleição municipal é a mais próxima da gente, pode também ser questão de cor, de cabelo, de gênero e orientação sexual. Alex escolheu um candidato que parece com ele.

“Que defenda a nossa causa, tanto seja LGBTI como a questão racial. Por que que eu falo isso? Porque de um certo tempo para cá a gente viu que já sofremos muito por essa questão do preconceito, do racismo”, diz o cabeleireiro Alecsandre Sanz.

Mas nem sempre quem decide, espelha a população. Mulheres são maioria no eleitorado e só 13% dos eleitos na última eleição municipais. Negras, mais raras ainda. Ficaram com 4,8% das cadeiras de prefeitas, vices ou vereadoras.

“Seria bacana ter alguém que representasse a gente, que entendesse nossas dificuldades, os desafios que é a gente sair de manhã para trabalhar e muitas vezes não tem creche”, diz a cabeleireira colorista Adriana Almeida Gato.

O eleitor que procura se ver no candidato e depois no poder se multiplicou na disputa eleitoral das grandes cidades. Um fenômeno que não acontece só no Brasil e pode mudar o equilíbrio e a dinâmica do Legislativo nos próximos anos, segundo analistas.

G1

Login

Bem vindo! Faça login na sua conta

Lembre de mimPerdeu sua senha?

Lost Password