qui, 16 de janeiro de 2025

Duas servidoras são suspensas após denúncia de crianças dopadas com tranquilizantes em creche

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Na semana passada, uma educadora infantil foi exonerada do cargo em Votuporanga/SP. A Polícia Civil ainda investiga o caso e aguarda um laudo de um vídeo enviado pela própria prefeitura para encerrar o inquérito.

Duas servidoras municipais foram suspensas por 15 dias pela prefeitura durante a sindicância do caso de crianças que foram dopadas em uma creche em Votuporanga/SP neste ano. Uma educadora infantil já tinha sido exonerada do cargo na semana passada.

A Prefeitura de Votuporanga não dá detalhes do motivo da suspensão e disse em nota que foi por “falta funcional de natureza média”. A imprensa tentou contato com os advogados de defesa das servidoras, mas não foram encontrados.

Durante estes 15 dias, as funcionárias não irão ser remuneradas e, depois disso, elas voltam a trabalhar na mesma função e na mesma unidade, a Valter Peresi. As duas profissionais já estão cumprindo a suspensão desde sexta-feira (18). Outra servidora, segundo a prefeitura, não ficou comprovado participação dela no caso e ela não foi punida.

Com a exoneração e as suspensões, a prefeitura encerra a sindicância que apura os fatos. A Polícia Civil também investiga o caso e aguarda um laudo de um vídeo enviado pela própria prefeitura para encerrar o inquérito.

O caso veio à tona em abril deste ano, depois que Keli Nascimento Antoniolo foi à polícia denunciar que o filho dela, na época com apenas 11 meses, saiu desacordado da creche.

Como o menino não acordava, Keli o levou até a Santa Casa de Votuporanga, onde ele foi submetido a exames toxicológicos, que identificaram no organismo dele a presença do medicamento clonazepam, um tranquilizante.

Após ela prestar queixa, Fernanda da Silva Oliveira e outras mães também procuraram a DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) para registrar queixa contra a unidade de ensino e relatar que perceberam sintomas parecidos nos filhos, que também frequentavam o local.

De acordo com Fernanda, ela deixou o filho por cerca de 30 dias na creche e a criança teria passado mal por duas vezes.

Em uma das vezes, a mãe foi buscar o filho depois de deixá-lo uma hora e meia na creche e o encontrou dormindo, praticamente desmaiado.

Fernanda também conta que foi para a Santa Casa de Votuporanga, onde a criança passou por exames, mas o resultado não apontou nenhum consumo de remédios.

Depois que as mães fizeram a denúncia, a Polícia Civil e o Ministério Público abriram inquérito e seguem investigando o caso. A prefeitura também abriu uma sindicância para apurar a denúncia e, em junho deste ano, cinco funcionárias da creche foram afastadas até a investigação terminar.

Em nota, Secretaria Municipal da Educação informou que segue realizando trabalhos de acompanhamento na unidade e adotando diversas ações de aproximação com a comunidade escolar para esclarecimento de dúvidas, com atendimentos individuais e reuniões com os pais.

FONTE: Informações | G1