Republicano, que apoiava a legalização do aborto há 20 anos, tornou-se o primeiro presidente a participar do ato.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou em pessoa nesta sexta-feira (24) da Marcha Pela Vida — manifestação contra o aborto que ocorre anualmente em Washington. Milhares de pessoas participaram do ato.
A presença do republicano marcou a primeira vez que um presidente dos EUA participa da Marcha Pela Vida, que teve a primeira edição em 1974. Trump disse ser “uma profunda honra” estar no evento e mencionou a nomeação de dois juízes conservadores para a Suprema Corte: Brett Kavanaugh e Neil Gorsuch.
“Crianças ainda não nascidas nunca tiveram um defensor tão forte na Casa Branca”, disse Trump, que concorre à reeleição em novembro.
“Toda vida traz amor a este mundo. Toda criança leva amor a uma família. Toda pessoa merece proteção”, acrescentou o presidente.
Nos Estados Unidos, o direito ao aborto foi decidido em nível federal no caso “Roe v. Wade”, de 1973. A Suprema Corte garantiu o direito ao procedimento até o chamado “ponto de viabilidade” do embrião — entre 24 e 28 semanas de gestação. Depois disso, considera-se que o feto pode sobreviver fora do útero da mulher, e o aborto pode ser feito se houver risco de saúde para ela.
Mudança de posicionamento
Em entrevista concedida em 1999, Trump declarou que era a favor da legalização do aborto. “Sou completamente a favor da escolha”, disse.
A mudança no posicionamento ficou mais clara enquanto ele concorria à Presidência dos EUA nas eleições de 2016 pelo Partido Republicano. A agremiação tende a ser socialmente conservadora e a maioria dos eleitores são contra a legalização do aborto.
Em 2019, Trump reforçou o posicionamento contrário à prática ao dizer que era “decididamente pró-vida”. Porém, ele admitiu que deva haver exceções em casos como estupro ou incesto.
“Como a maioria das pessoas sabe, e para aqueles que querem saber, sou decididamente pró-vida, com três exceções — estupro, incesto e para proteger a vida da mãe”, tuitou Trump à época.
FONTE: Informações | g1.globo.com