Reeleito para terceiro mandato, têm cerimônia de posse dos deputados no dia 1º de fevereiro. Secretaria da Câmara informou que suplente é David Miranda (PSOL-RJ). Segundo a assessoria, Jean Wyllys está no exterior, mas o local não será informado por questão de segurança.
Nesta quinta-feira (24), a assessoria do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou que o parlamentar não tomará posse para o novo mandato. Segundo a assessoria do deputado, Jean Wyllys tem recebido ameaças e, por isso, decidiu não assumir o terceiro mandato parlamentar. A posse dos deputados federais eleitos está marcada para 1º de fevereiro. Jean Wyllys recebeu 24.295 votos nas últimas eleições.
Em uma rede social, Jean Wyllys publicou nesta quarta: “Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!”
Mais cedo, nesta quinta-feira, Jean Wyllys concedeu entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo” na qual informou que está no exterior e não pretende voltar ao Brasil. Na entrevista, o deputado diz que tem sofrido ameaças de morte: “O (ex-presidente do Uruguai) Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, disse Jean Wyllys à “Folha”.
Ainda ao jornal, Jean Wyllys disse que o PSOL, partido ao qual é filiado, reconhece que ele se tornou um “alvo” e apoiou a decisão dele de não retornar ao Brasil.
E contou que há uma campanha “muito pesada” contra ele, que dissemina conteúdo falso na internet o associando, por exemplo, à pedofilia, ao casamento de adultos com crianças e à mudança de sexo de crianças.
Ainda segundo a assessoria do parlamentar, o volume de ameaças contra o deputado aumentou após o assassinato de uma vereadora de seu partido, em março do ano passado, no Rio de Janeiro. Contudo salientaram: “Aumentou a situação de violência, de seguidores do atual presidente, que fazem todo tipo de xingamento e ameaças nas redes sociais. Isso criou uma situação cada vez mais difícil. Antes do assassinato da Marielle, ele já vinha recebendo ameaças muito pesadas, inclusive direcionadas não só a ele, mas também à família. E-mails falando endereço da mãe, endereço da irmã, da família”, informou.
Desde então, o parlamentar precisava andar de carro blindado e com escolta de seguranças armados.
FOTO: Reprodução | Alex Ferreira/Câmara dos Deputados