qua, 15 de janeiro de 2025

De volta, coronel Fábio diz que câmeras em fardas estão suspensas para ‘revisão’

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Em entrevista ao Diário, novo chefe da Polícia Militar em 96 cidades da região, diz que as câmeras nas fardas de policiais estão suspensas até que sejam avaliados os pontos positivos e negativos do projeto

 

O coronel Fábio Rogério Candido foi escolhido pelo governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para chefiar a Polícia Militar em toda a região de Rio Preto, o que inclui 96 municípios. A nomeação foi publicada no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira, 4.

Natural de Rio Preto, o coronel, que tem 50 anos e volta ao comando do CPI-5, posto que já ocupou por cerca de dois anos. Em abril do ano passado, com Rodrigo Garcia (PSDB) como governador do Estado de São Paulo, ele foi compulsoriamente transferido para função figurativa no Comando de Policiamento da Capital (CPC). Isso depois de cair em desgraça com aliados do governador tucano.

Fábio Candido assume a função no lugar do coronel Carlos Enrique Forner, seu sucessor, que irá, agora, para o Comando de Policiamento de Área Metropolitana de São Paulo.

O retorno do coronel tem um forte viés político. Fábio Candido foi candidato a deputado estadual pelo PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e recebeu 38.463 votos. Na campanha afirmava ser o candidato do presidente em Rio Preto e sempre reforçou seu alinhamento ao bolsonarismo.

Em entrevista ao Diário, o comandante da PM na região afirma que a implantação de câmeras em fardas dos policiais, da gestão tucana no Estado, está suspensa. Rever essa medida era uma das bandeiras de campanha de Tarcísio, que tomou posse domingo, 1.

O coronel afirma que agora não está filiado e que irá ocupar suas funções de forma “institucional e legalista”. Ele mantém seu posicionamento em defesa do armamento da população. Defendeu ainda integração entre Ministério Público, Justiça e polícias para combater a criminalidade, a implantação do chamado “cinturão eletrônico” com câmeras nas entradas e saídas de Rio Preto e afirmou que irá implantar operações diárias da PM, com destaque às ações do Batalhão de Ações Especiais (Baep). Confira suas principais declarações.

Retorno

“A gente pretende retomar alguns dos projetos que já tínhamos do passado com medidas mais intensas em alguns focos. Todos eles voltados à maior eficiência da Policia Militar em Rio Preto e região. Um dos pontos que sempre defendi é o uso da tecnologia voltada à prevenção da criminalidade. Temos em curso o projeto do cinturão eletrônico, com câmeras nas entradas e saídas de Rio Preto. O programa segue pelo município e vamos conversar com a Prefeitura, que deu continuidade a esse projeto.”

Câmeras em fardas

“Em relação às câmaras, a implantação foi suspensa aqui na região de Rio Preto. Está sendo reavaliada pelo novo comando da Segurança Pública do Estado para ver quais são os aspectos positivos e negativos. Havia uma previsão de colocar, mas segue suspenso até que seja rediscutido. Assim que tiver um posicionamento, iremos seguir.”

Projetos

“Outros aspecto é a retomada de alguns projetos de prevenção primária, de evitar que o crime aconteça. Retomar de forma intensa o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), ampliar escolas atendidas. Temos de incutir em nossas crianças e jovens que elas deve dizer não às drogas e todo efeito nefasto que as drogas fazem. Ampliar ainda a mediação de conflitos, uma inovação que acontece em Rio Preto e região. Ocorrências de menor gravidade, mas que ocorrem de forma reiterada.”

Inteligência

“Vamos priorizar a utilização da inteligência policial. Nossas parcerias com o Ministério Público, Poder Judiciário, demais forças de seguranças, como Polícia Federal, Guarda Municipal e Polícia Civil. Com um gabinete integrado de segurança pública, unindo todas as forças, teremos intervenções cirúrgicas no combate ao crime, nas prisões. Temos de ter parcerias com a comunidade para ter policial amigo do cidadão de bem.”

Operações diárias

“Vamos ter ações para combater fortemente a criminalidade. Em 2022, infelizmente, tivemos aumento nos indicadores criminais. Vamos agir fortemente para reduzir esses indicadores, com a volta das operações, que terão ações incisivas do Baep. A ideia é ter operações diárias, forças especiais, canil, cavalaria, de forma a tornar a polícia muito mais presente e visível. Utilizar essas parcerias que temos para o levantamento de informações e prisão dos criminosos, eu chamo de policiamento inteligente.”

Realinhamento

“Pretendemos fazer um realinhamento das funções do comandamento da Polícia Militar na região, que será fundamentalmente reengenharia administrativa para termos número de efetivo para fins de patrulhamento. Precisamos recompletar vaga e isso demanda tempo. Podemos fazer reengenharia.”

Valorização

“Defendo a valorização do policial de segurança pública, algo que o governador também já disse ser importante. Tanto o governador como o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, são nossos amigos e reconhecem a necessidade dessa valorização da carreira do policial militar. Acredito que isso irá ocorrer.”

Favorável

“A gente tem como foco o trabalho institucional à frente da Polícia Militar de Rio Preto região, situação que se afasta da questão política. Mas é claro que a gente vê um cenário muito mais favorável no governo Tarcísio para melhorar a eficiência da segurança púbica. Boa parte desses projetos que eu defendo já foram assimilados pelo governador.”

Armamento

“Mantenho minha posição (de que a população deve ter acesso às armas). Mas, como órgão legalista que é a Polícia Militar, temos de atender a legislação que está colocada em âmbito federal. Somos legalistas e cumpridores das regras.”

Política nos quartéis

“Vamos atuar de forma legalista e cumprir a lei de forma fiel. Aquilo que extrapolar na legalidade, vamos atuar para corrigir. E aquilo que estiver dentro das quatro linhas da Constituição. vamos proteger. Protegemos o direito das pessoas e atuamos naquilo que extrapola quanto à legalidade.”

Armamento

“Mantenho minha posição (de que a população deve ter acesso às armas). Mas, como órgão legalista que é a Polícia Militar, temos de atender a legislação que está colocada em âmbito federal. Somos legalistas e cumpridores das regras.”

Política nos quartéis

“Vamos atuar de forma legalista e cumprir a lei de forma fiel. Aquilo que extrapolar na legalidade, vamos atuar para corrigir. E aquilo que estiver dentro das quatro linhas da Constituição. vamos proteger. Protegemos o direito das pessoas e atuamos naquilo que extrapola quanto à legalidade.”

Vinícius Marques – diarioweb.com.br