qui, 16 de janeiro de 2025

Complexo do Hospital de Base de Rio Preto tem 500 funcionários afastados por Covid-19 ou gripe

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Afastados representam 8% do quadro de colaboradores, com exceção dos terceirizados

 

A Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme) de Rio Preto está enfrentando um surto de Covid e outros vírus, como a gripe, entre os 6 mil funcionários do Complexo, que envolve o Hospital de Base (HB), o Hospital da Criança e Maternidade (HCM), o Hemocentro e a Rede de Reabilitação Lucy Montoro. São cerca de 500 profissionais afastados por estarem com sintomas gripais, o que representa 8% do quadro de colaboradores, com exceção dos terceirizados.

O diretor da Funfarme, Jorge Fares, afirma que a situação está “complicadíssima”. Dos 500 afastados, 239 testaram positivo para o coronavírus. Fares reforçou que as contaminações não aconteceram dentro da instituição. “São descuidos do fim de ano, dentro estamos cientes dos riscos e reforçando protocolos”, afirmou.

Na Santa Casa, 30 funcionários também estão fora do trabalho, mas até esta segunda ninguém havia testado positivo, de acordo com a assessoria de imprensa da entidade. Na rede municipal de Saúde de Rio Preto, são 80 afastamentos.

O assessor especial da Secretaria Municipal de Saúde, André Baitello, afirma que o maior desafio da pasta tem sido substituir funcionários contaminados sem fazer novas contratações. “Isso é pra gente um grande desafio, porque os afastados são servidores da linha de frente, do atendimento ao público. Quando eles começam a faltar, a gente tem que fazer a reposição. Temos de optar por colocar funcionário para fazer horas extras ou banco de horas. Alguns funcionários não querem, porque estão cansados após tanto tempo de pandemia. Isso nos causa um transtorno”, diz o médico. Ao todo, são 1,2 mil funcionários na rede municipal.

Para combater o aumento da contaminação, a secretaria orientou os funcionários a optarem pelo uso da máscara do modelo N95, com maior poder de proteção. “Ela é mais cara, mas dá mais proteção às pessoas”, afirma o médico.

Unidades de saúde da cidade continuam registrando alta procura., gerando demora no atendimento. “A situação agravou-se com o grande número de afastamentos de funcionários, testados positivos para Covid ou com sintomas gripais. A Saúde tem buscado soluções para melhorar o atendimento e recomenda que os pacientes utilizem as Unidades Básicas de Saúde, a telemedicina e procurem não só as UPAs e Unidades de Pronto Socorro, pois as filas estão imensas, com grande demora no atendimento”, informou a pasta em nota.

Reinaldo Dalur de Souza, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviço de Saúde de Rio Preto, disse que mais uma vez o profissional de saúde fica exposto ao risco e também está esgotado. Por conta disso, Souza reforçou a importância de se considerar a Covid como doença ocupacional, uma vez que muitos profissionais acabam tendo sequelas da doença. Ele também associou os riscos dos trabalhadores da área a fatores como ônibus lotados e outras questões que, segundo ele, precisam ser notadas neste momento pela Secretaria de Saúde.

Um estudo divulgado pelo Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP) no último final de semana mostrou a sobrecarga de trabalho destes profissionais desde o último mês de dezembro. 81,7% relatam mais pacientes atendidos neste período, sendo que 33,7% falam, inclusive, em maior duração da jornada de trabalho e 40,9% em ameaças por agressões verbais.

Aumento de internações

Na manhã desta segunda-feira, 10, o Hospital de Base registrava 10 pacientes internados na UTI Covid. Na última semana de 2020, o local contabilizava três pacientes. Fares disse que a alta de ocupação tem acontecido tanto na enfermaria como na UTI, devido a alta de diagnósticos nos últimos 15 dias. “Até dezembro fazíamos poucos testes, tanto que chegamos a fechar o drive-thru pela baixa demanda. No final de dezembro, a positividade da Covid chegou a 25%, com 100 pacientes positivos por dia”, disse o médico.Ele lembrou que apesar da menor gravidade destas novas variantes, como a Ômicron, o percentual de internações não deixa de se agravar, mesmo com a maioria dos internados, principalmente idosos, estando vacinados até mesmo com a terceira dose.

Arthur Pazin e Marco Antonio dos Santos – diarioweb.com.br