qui, 16 de janeiro de 2025

Comerciante que filmava mega-assalto de Araçatuba foi aconselhado a sair do local: ‘Não sabia a proporção’, diz amigo

comerciante

Advogado Jair Ferreira Moura também relatou ao G1 que acredita que a vítima tenha enviado áudio brincando sobre ter sido atingido antes de levar tiro de fuzil de um dos integrantes da quadrilha. Ação dos ladrões deixou moradores aterrorizados.

O comerciante Renato Bortolucci, de 38 anos, morto pela quadrilha que espalhou explosivos e usou reféns como escudo humano para atacar agências bancárias de Araçatuba (SP), foi orientado a sair do local após gravar e enviar vídeos da ação dos criminosos.

O advogado Jair Ferreira Moura, amigo de longa data da vítima, relata que Renato Bortolucci estava nas proximidades das agências bancárias quando percebeu a movimentação dos ladrões.

“A rua que o Renato estava é de mão única. Ele seguiu, encostou o carro, fez a filmagem e mandou para um grupo que temos. O pessoal começou a pedir para o Renato sair. Acho que ele fez o áudio, dizendo que tinha sido atingido, em tom de brincadeira.” Jair diz que o comerciante foi surpreendido por um criminoso, baleado com um tiro de fuzil e não resistiu aos ferimentos.

“O que ficamos sabendo é que o Renato foi andando. Porém, surgiu um bandido atrás. Ele pediu para o Renato descer e tirar a camiseta. O Renato tentou engatar a ré, mas o bandido efetuou um disparo, que entrou pelo braço esquerdo e saiu pelo lado direito. A bala atravessou órgãos vitais.”

Depois do mega-assalto ser registrado, surgiram boatos sobre Renato ter deixado a esposa em casa e voltado para gravar a ação da quadrilha.

“Essa informação não procede. A esposa estava no rancho, com as filhas. Inclusive, o Renato estava indo para o rancho. Acho que ele não sabia a proporção que foi o assalto. Temos a impressão que o Renato achou que era um assalto comum”, diz Jair.

O corpo do comerciante foi sepultado na última terça-feira (31), no Cemitério Recanto de Paz, em Araçatuba. Familiares, amigos e conhecidos da vítima acompanharam a cerimônia.

“A esposa está sob medicamentos. A filha pequena não entende o motivo. O Renato tinha o coração gigante. Tirava as coisas dele para dar para os amigos. Estava próximo de realizar o sonho de entrar em uma faculdade e se tornar advogado. É uma perda irreparável”, lamenta Jair.

G1